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20 | Filosofia como Remédio para a Solidão
sido considerada como um dos fatores possíveis de
causas de diversos tipos de transtornos psicossomáti-
cos, entre eles: depressão, suicídio, enfermidades car-
diovasculares, transtornos do humor, deficiência do
sistema imunológico e outros graves problemas clíni-
cos, principalmente devido a situações prolongadas de
solidão.
Dentro e uma referência tipológica, podemos dis-
tinguir dois tipos de solidão: uma emocional ou pes-
soal e outra social. A emocional ou pessoal é marcada
pela ausência de intensidade relacional com outra pes-
soa, capaz de produzir satisfação ou seguridade. Por
ser distinta do isolamento social, a solidão emocional
ou pessoal reflete uma percepção subjetiva de desagre-
gação do indivíduo acerca de sua rede de relações per-
sonalizadas, seja porque esta rede lhe parece escassa,
ou porque a relação é tida como insuficiente ou nota-
damente superficial.
No caso da solidão social, esta supõe a auto exclu-
são de pertencimento do indivíduo a um grupo que o
auxilie a compartilhar expectativas, interesses e preo-
cupações. Trata-se de carência de amizades. No fundo,
o sentimento de solidão parece estar relacionado com
a incapacidade de as pessoas manifestarem de forma
prazerosa e criativa os seus sentimentos e opiniões.
Em geral, as pessoas com síndromes neuróticas
tendem a experimentar situações de abandono por se
mostrarem convencidas de que não são amáveis e nem
dignas de apreciação e, por isso, se inibem em suas de-
mandas potenciais de amizade por medo de serem re-
jeitadas, protegendo-se contra o isolamento da possí-
vel rejeição.