Page 33 - LIVRO - A VIDA TEM DESSAS COISAS
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ERRO MÉDICO DO ASPIRANTE A MÉDICO
Pode parecer que tenho queixas contra a classe médica, mas juro que
não tenho. Sou grato ao povo da medicina pelos bons serviços que sempre me
prestaram desde meu nascimento até agora. Acontece que desse meio vem
alguns desvarios que me levam a refletir.
Fui ao médico dia desses no setor da emergência da traumatologia. Meu
filho havia deslocado o ombro (e não era primeira vez). Não foi possível
colocá-lo no lugar ali no ambulatório “a sangue frio”.
O menino foi encaminhado ao centro cirúrgico e em pouco tempo:
sucesso total. Como houve sedação era preciso aguardar algumas horas. Com
isso a noite se foi e o dia raiou. Sendo assim o médico de plantão tinha ido
embora como era justo e o outro ainda não havia se apresentado.
Foi então que descobri no aspirante a médico mais autoridade do que
no próprio médico. Perguntei a uma espécie de enfermeiro a que horas
chegaria o médico para atender ao plantão daquele dia. Meu filho precisava de
sua alta. A resposta foi: “não sou dono da vida do médico para saber onde ele
está!” Retruquei e exigi respeito. Como era um homem alto quis se impor a
mim. Não me intimidei. Minha briga era intelectual e não física, até porque só
meço um metro e sessenta aproximadamente.
Algumas horas depois chegou o médico, doutor veterano, se desculpou
pela demora explicando que teve que atender alguns casos urgentes que
precisavam de sua observação. Atendeu com cortesia a meu filho, deu as
recomendações devidas e nos brindou com um bom dia e aí fomos embora
felizes.
Se o aspirante se tornar médico acho que ele vai se tornar melhor.