Page 36 - A CAPITAL FEDERAL
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Pela mão de Radamés
                                              Vem chibante,
                                              Coruscante,
                                              Da cabeça até os pés!...
                                              Que lindeza!
                                              Que beleza!
                                              Meus senhores aqui está
                                              A trigueira
                                              Mais faceira
                                              De São João do Sabará!

                                                              Coro
                                              A trigueira, etc...

                                                       Figueiredo
                                                       -   II –
                                              Diz tolices,
                                              Parvoíces,
                                              Se abre a boca pra falar,
                                              Se se cala
                                              Se não fala,
                                              Pode as pedras encantar!
                                              Eu a lanço
                                              Sem descanso!
                                              Na pontíssima estará
                                              A trigueira
                                              Mais faceira
                                              De São João do Sabará!

                                                            Coro
                                              A trigueira, etc...


                  Figueiredo – Minhas senhoras e meus senhores, apresento a Vossas Excelências e
                         Senhorias, Dona Fredegonda, que – depois, bem entendido, das damas que se acham
                         aqui presentes – é a estrela mais cintilante do demi-monde carioca!
                  Todos ( Inclinando-se.) – Dona Fredegonda!
                  Figueiredo (Baixo a Benvinda.) – Cumprimenta.
                  Benvinda – Ô revoá!
                  Figueiredo ( Baixo.) – Não Au revoir é quando a gente vai se embora e não quando chega.
                  Benvinda – Entonces...
                  Figueiredo (Baixo.) – Cala-te! Não digas nada! ... (Alto.) – Convidado pela gentilíssima
                         Lola para comparecer a este forrobodó elegante, não quis perder o magnífico ensejo,
                         que se me oferecia, de iniciar a formosa Fredegonda nos insondáveis mistérios da
                         galanteria fluminense! Espero que Vossas Excelências e senhorias queiram recebê-
                         la com benevolência, dando o necessário desconto às clássicas emoções da estréia, e
                         ao fato de ser Dona Fredegonda uma simples roceira, quase tão selvagem como a
                         princesa etíope que o seu vestuário representa.
                  Todos ( Batendo palmas.) – Bravo! Bravo! Muito bem!
                  Blanchette ( A Figueiredo.) – Descanse. A iniciação desta neófita fica por nossa conta. (Às
                         outras.) Não é assim?
                   Dolores e Mercedes – Certamente. (As três cercam Benvinda, que se mostra muito
                          encafifada.)
                  Figueiredo  (Vendo Rodrigues aproximando-se dele.) – Oh! Que vejo! Você aqui!... Você,
                         o homem da família, o moralista retórico e sentimental, o palmatória do mundo!...
                  Rodrigues – Sim... é que ... são coisas... estou aqui por necessidade... por incidente... por
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