Page 39 - A CAPITAL FEDERAL
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Figueiredo – Gentilíssima Lola, permite que Radamés te apresenta Aída!
                  Lola – Folgo muito de conhecê-la. Como se chama?
                  Benvinda – Benv... (Emendando.) Fredegonda.
                  Eusébio ( À parte.) – Fredegonda? Uê! Benvinda mudou de nome!...
                  Figueiredo – Espero que lhe emprestes um raio da tua luz fulgurante!
                  Lola – Pode contar com a minha amizade.
                  Figueiredo – Agradece.
                  Benvinda –  Merci.
                  Eusébio (À parte.) – Aí, mulata!...
                  Lola (Vendo Eusébio.) – Bravo! Não imagina como lhe fica bem essa fatiota!
                  Eusébio – Diz que é vestuário de conde.
                  Lola  - Está irresistível!
                  Eusébio – Só a madama podia me metê nestas fundura!
                  Blanchette (A Lola.) – Onde foste arranjar aquilo?
                  Lola – Cala-te! É um tesouro, um roceiro rico ... e primitivo!
                  Blanchette – Tiraste a sorte grande!
                  Lola  - Meus amigos, espera-os na sala de jantar um ponche, um ponche monumental, que   mandei
                  preparar no intuito de animar as pernas para a dança e os corações para o
                          amor!
                  Todos  - Bravo! Bravo!...
                  Figueiredo – Um ponche! Nesse caso, é preciso apagar as luzes!
                  Lola – Já devem estar apagadas. ( A Eusébio.) – Fica. Preciso falar-te.
                  Mercedes – Ao ponche, meus senhores!
                  Todos – Ao ponche!...
                  Blanchette (A Lola.) – Não vens?
                  Lola – Vão indo. Eu já vou. Manda-me aqui algumas taças.
                  Dolores – Ao ponche!

                                                     Coro
                                              Vamos ao ponche flamejante!
                                              Vamos ao ponche sem  tardar!
                                              O ponche aquece um peito amante
                                              E as cordas da alma faz vibrar!

                                             (Saem todos, menos Lola e Eusébio.)


                                                       -   Cena V –
                                                       Eusébio, Lola

                  Lola – Oh! Finalmente estamos sós um instante!
                  Eusébio (Em êxtase.) – Como a madama tá bonita!
                  Lola – Achas?
                  Eusébio – Juro por esta luz que nos alumeia que nunca vi uma muié tão fermosa!...
                  Lola – Hei de pedir a Deus que me conserve assim por muito tempo para que eu nunca te
                         desagrade! (Entra Lourenço com uma bandeja cheia de taças de ponche chamejante.)

                                                       -   Cena VI –
                                                       Os mesmos, Lourenço

                  Eusébio – Adeusinho, seu Lourenço. Como passou de indagorinha pra cá?
                  Lourenço  (Imperturbável e respeitoso.) –  Bem; agradecido a Vossa Excelência.
                  Lola – Deixe a bandeja sobre esta mesa e pode retirar-se. (Lourenço obedece e vai a
                         retirar-se.)
                   Eusébio – Até logo, seu Lourenço. (Aperta-lhe a mão.)
                  Lourenço – Oh! Excelentíssimo! (Fiz uma mesura e sai, lançando um olhar significativo a
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