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por quatro semanas, e dose no sangue”, é um dos tuítes. Na sexta-feira, copiei toda a página,
como material de pesquisa para esta coluna. Pouco antes de publicá-la, voltei a entrar na sua
conta de Twitter e constatei que o post reproduzido acima havia sido apagado. Os demais
permanecem lá.
Depois de prescrever uma receita que só um médico poderia, sugerindo inclusive a dose,
para seus milhares de seguidores, imagino que alguém o tenha alertado que a postagem era
irresponsável e indevida. Thor então escreveu: “Meus comentários sobre endocrinologia são
inúteis. Não sou médico, não posso recomendar nada. Apenas gosto de botar para fora
conhecimento”.
Em todo o episódio — trágico de várias maneiras, e de algumas outras que ainda vamos
testemunhar — me chamou a atenção — positivamente — o silêncio de Luma de Oliveira,
a mãe de Thor. Justamente ela, a celebridade, a ex-modelo, a musa do Carnaval, aquela
que tudo expôs de si mesma. Procurada por repórteres, Luma pouco falou. Disse ao jornal
O Globo: “Este não é o momento de dar entrevista. É o momento de sentimentos, de
solidariedade”. Posso estar sendo ingênua, e a sobriedade de Luma se mostrar apenas mais
um cálculo, mas acho possível que a mãe de Thor esteja sendo sincera.
Thor afirmou no Twitter: “A frase que mais admiro é ‘The truth sets you free’. Author:
Jesus”. Imagino que a original tenha sido pronunciada em aramaico (e não em inglês), mas a
tradução da frase postada por Thor seria: “A verdade vos liberta”. É possível. Mas talvez pai
e filho um dia descubram, ainda que em seus pesadelos noturnos, naqueles que não se pode
controlar mesmo sendo um superpai ou um superfilho, que a verdade é uma criatura
complexa e que pode levar a territórios imprevisíveis. Ela pode libertar, sim — mas
dificilmente sem dor. E dificilmente sem um profundo e corajoso olhar para dentro.
26 de março de 2012