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Entre o segredo, o condão e o
desassossego Ai ânsia a revolver entranhas,
Deste ser inquieto, sempre a rir dentro Nosso êxtase de amantes desunidos,
És o Todo que existe em mim,
de mim,
Grito, desfaço, Naufrágio em meu corpo,
Meu amor,
Despedaço-me, despedaço-te, desejo-te!
Meu amor de carmim,
Entre as folhagens de abrigo, Diz-me somente para onde vais assim,
Canto mais um grito, Tão exausto, deixando-me só
Pecado em convulsão e em mim! Em meu pecado de linho, mel, licor, carmesim,
Meu amor de brocado e cetim, Pois que és já,
Dói-me esta chaga de ouro fino Meu princípio e meu fim!
Com que me abri
Na esperança de nós,
Quando o Outono era já despedida
breve.
Meu amor de carmesim, quem és tu?
Meu amor de puro cetim,
Para onde vais?
Hoje estás aqui, bem sei!
Hoje ainda é Verão!
Mas irás mais além,
Meu amor, meu silêncio,
Enlace de pura seda vestida.