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Capítulo 5
zada a cerca de 120 km ao norte de Vitória, capital do Espírito Santo. Si-
tuada a 7 km da Reserva Biológica de Comboios, cercada pelo Rio Doce
e o Oceano Atlântico, essa pequena vila ocupa uma área de cerca de 40
hectares” (BICALHO, 2012, p. 24). E a “[...] formação étnica desse grupo se
constitui pela miscigenação entre índios moradores da barra Sul do Rio
Doce e negros vindos de São Mateus, município localizado mais ao norte
do Espírito Santo” (ZUNTI, 1941, apud AMBOSS, 2014, p. 72). A existência
dessas populações é ameaçada constantemente pelo processo de cerca-
mento, onde os atores responsáveis vão de grandes proprietários de terras
a empresas de caráter público ou privado que se instalam na localidade.
Além disso, há a criação de unidades de conservação na região, temática
a ser abordada neste artigo. A primeira delas é a Reserva Biológica de
Comboios (REBio Comboios), criada por decreto em 1984. Também me-
rece destaque o fato de que a localidade de Regência e as comunidades
da foz do Rio Doce têm seus territórios constantemente cogitados como
área de interesse para a instalação de outras Unidades de Conservação,
as quais levam em conta as características naturais tidas como relevantes
para a preservação, bem como de grandes empreendimentos, como um
complexo portuário. (TORRES et al., 2014).
Quando se trata de unidades de conservação, conhecer o tipo de categoria
solicitada na proposta de criação é fundamental para entender as possi-
bilidades de manejo.
A implantação do Sistema Nacional de Unidades de Conserva-
ção (SNUC), em 2000, sinaliza a consolidação da política nacio-
nal de gestão territorial de espaços naturais. O SNUC organiza
e estrutura algumas das áreas geográficas ambientalmente mais
valiosas do país, [...]. Ele ainda estabelece critérios e regras para
o manejo de áreas protegidas nas diferentes escalas da federação
(MARTINS, 2012, s.p.).
No caso da Reserva Biológica de Comboios, por se tratar de uma Reserva
Biológica e se enquadrar no grupo de Unidades de Proteção Integral, o
uso de seus 833,23 hectares, entre áreas costeiras e marinhas, é destina-
do acima de tudo “ao exercício da pesquisa científica”, segundo o Plano
de Manejo da Reserva Biológica de Comboios - Fase 1, de 1997 (IBAMA,
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