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Capítulo 9
Documentários na rede sobre o Rio Doce
após a “lama da Samarco”: imagens e
territórios em disputa
Daniela Zanetti
Jéssica Latif
Gessica Amâncio
INTRODUçãO
Meses após a tragédia socioambiental provocada pela mineradora Sa-
marco – que em novembro de 2015 foi responsável por poluir o Rio Doce
com rejeitos de mineração devido ao rompimento de uma de suas barra-
gens em Mariana (MG) –, já era possível assistir, no site de compartilha-
mento de vídeos YouTube, dezenas de materiais audiovisuais sobre esse
evento. O evento teve ampla repercussão na mídia tradicional, dentro e
fora do Brasil, mas também gerou uma grande variedade de conteúdo
audiovisual disponibilizado no YouTube e produzido por distintos atores
sociais: telerreportagens, web reportagens de veículos tradicionais de co-
municação, vídeos amadores e documentários independentes.
Inserindo, por exemplo, as palavras-chave “Rio Doce”, “lama” e “Samar-
1
co” no sistema de busca do YouTube, é possível encontrar mais de 6 mil
publicações de materiais audiovisuais diversos que tratam direta ou in-
diretamente dessa tragédia ambiental, enfocando o problema da água,
do meio ambiente e das comunidades atingidas. Acrescentando-se ainda
nomes de cidades e comunidades situadas às margens do Rio Doce na
busca, outras centenas de vídeos aparecem entre os resultados. São re-
portagens de TV e de redes de notícias (BBC, Canal Futura, TVE, Globo
etc.), vídeos amadores, documentários, comentários/programas de vlogers
e youtubers, teasers e até vídeos institucionais da própria Samarco.
Este artigo objetiva identificar modos de visibilidade de comunidades e
1 Resultados obtidos até a finalização deste artigo, em 12/09/2017.
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