Page 87 - Relatorio de segurança_Assembleia_-
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roubo de veículos; 30% são acidentes de trânsito; e 20%, crimes contra a
vida.
O perito criminal Ricardo Dürks ainda expôs os dois maiores
problemas do órgão hoje, na região. O primeiro é a falta de servidores, com
risco de ter de encerrar algumas atividades em médio prazo. O segundo é a
estrutura precária, com prédios que não são próprios e ficam espalhados em
diferentes pontos da cidade, dificultando o trabalho.
Diretor regional do Presídio de Passo Fundo, Renato Garlet disse
que a unidade conta com cerca de 700 presos e poucos funcionários.
Ponderou que um grande avanço foi a unidade básica de saúde construída
com verba do Poder Judiciário e ajuda do Conselho da Comunidade. Afirmou
que o ideal seria contar com 120 servidores, mas hoje tem apenas 49.
Também salientou a necessidade de médicos, enfermeiros e dentista.
Vice-prefeito de Passo Fundo, João Pedro Nunes ressaltou que os
municípios têm de ajudar na reprodução da não-violência por meio de
políticas públicas, desde o cuidado com a criança até oportunidades aos
jovens, emprego, em parceria com as instituições. Disse que Passo Fundo
está fazendo a sua parte.
O delegado regional penitenciário da 4ª Região, Rosalvaro
Portella, afirmou que a região é composta de 11 casas prisionais, com 3.200
segregados, e destacou que há capacidade de engenharia para apenas 1.987
presos. Não fossem as parcerias, pontuou, a situação seria pior. Citou que,
por meio de parcerias, conseguiram criar aproximadamente cem vagas, o que
não é suficiente. Mencionou, ainda, a falta de servidores, dizendo que há
somente sete ou oito para atender 700 presos em Passo Fundo.
Representando o Sindicato dos Agentes, Monitores e Auxiliares de
Serviços Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul, Rodrigo Kist, disse
que o que falta não só no Estado, mas em todo o país, é uma política pública
prisional. Frisou que é necessário construir casas prisionais menores para
garantir uma gestão melhor. Citou recente interdição ocorrida em Pelotas e
pedidos de exoneração encaminhados para a Superintendência dos Serviços
Penitenciários em quatro presídios: Carazinho, Palmeira das Missões,
Espumoso e Erechim, nos quais foram alegados como motivo as Funções
Gratificadas que não correspondem com as atribuições desenvolvidas e a
promessa, no início desse governo, de que os administradores seriam
contemplados com a promoção de classe, fato que não se concretizou.
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