Page 91 - Relatorio de segurança_Assembleia_-
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enxergar as metas almejadas. Disse que a regional abrangia nove municípios
com 11 órgãos e 66 agentes de polícia. Referiu a situação singular do
município de Taquara por possuir uma delegacia de pronto-atendimento,
diferente de outros municípios. Relatou a interdição do presídio, onde já havia
ocorrido de presos ficarem diversos dias sem banho, com o policial tendo de
buscar comida fora e a equipe precisando sair para transportar os detentos.
Disse que conseguiram aumentar em 50% o efetivo para a região, tendo
trazido quatro policiais, dois dos quais para Taquara. Pouco, segundo ele,
mas que já faria diferença. Apontou, como necessidades, a destinação de
verbas, o aumento do efetivo e a melhoria no presídio.
O diretor do Departamento de Criminalística do Instituto-Geral de
Perícias, Paulo Frank, explicou o funcionamento e as atribuições do órgão.
Disse que lhes competia produzir a prova técnica que ilustraria o inquérito
policial, para que este tivesse andamento, e forneceu dados para demonstrar
o aumento da produtividade do órgão ao longo dos anos, a despeito da
redução no efetivo. O perito criminal Tiago Santos Carvalho complementou a
fala do diretor com informações sobre a realidade da região.
Representando o Sindicato dos Escrivães, Inspetores e
Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul, o escrivão Fábio Monteiro
disse que atuava há 16 anos na Polícia Civil e apontou as dificuldades
geradas pela reforma previdenciária, uma vez que muitos colegas passaram
a antecipar a aposentadoria. Pediu que a Comissão Especial sensibilizasse
o Governo Estadual para que a política de segurança pública fosse conduzida
de outra maneira.
O promotor de justiça Leonardo Giardin Souza disse que o Estado
demonstrou não ter um plano de combate à criminalidade e o que está
ocorrendo, nos últimos 20 anos, é o desmanche do aparato da Segurança
Pública. Disse que a impunidade era a grande fomentadora da criminalidade,
que o Estado se omitiu, não prestou atenção às tendências que se
delineavam e que a situação atual tinha origem em uma ideologia de se ver
o bandido como vítima, descuidando-se da punição. Criticou o desarmamento
da população, afirmando que o bandido estava muito mais bem armado que
as forças de segurança policial.
A representante da Ordem dos Advogados do Brasil, Maria Dalva de
Oliveira, elogiou o debate e defendeu ações de prevenção no combate à
criminalidade.
O delegado penitenciário Sandro Roberto de Oliveira, da 1ª
Delegacia Penitenciária Regional, representando a Superintendência dos
Serviços Penitenciários, informou que o presídio de Taquara era uma
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