Page 94 - Relatorio de segurança_Assembleia_-
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do estado, abrangendo uma extensa área territorial, precisaria de recursos
               proporcionais. Informou que havia somente dez policiais, uma das quais se
               aposentaria até julho, sendo que a necessidade da região era de 24 agentes.
               Pediu investimentos na valorização dos policiais. Também defendeu o fim da
               progressão de pena e mais rigor nas punições.
                      A representante do Instituto-Geral de Perícias, Cleonice Dockhorn,
               da 7ª Coordenadoria, também mencionou a extensão da região e a falta de
               efetivo. Apontou dificuldades na geração de provas, pedindo à população
               que, quando houvesse o crime, não se alterasse a cena do mesmo. Disse
               que concurso público previa recursos humanos somente para Santana do
               Livramento.
                      O juiz de Direito Thiago Dias da Cunha reforçou que os órgãos de
               segurança vinham fazendo  muito mais do  que o esperado, diante da
               precariedade geral. Saudou  a presença da  comissão, observando que  a
               distância do município da Capital gerava um sentimento de que havia um
               esquecimento por parte das autoridades. Referiu problemas de legislação e
               aspectos sociais e contou que havia muitos casos de falsas denúncias de
               crimes sexuais e de violência doméstica. Eram  muitas as situações  de
               pessoas que não fizeram nada e estavam presas.
                      Respondendo a questionamento do Presidente da Comissão
               Especial, Thiago Dias da Cunha disse que, devido a ação civil pública
               ajuizada pelo Ministério Público, houve condenação do Estado para construir
               uma  nova  casa  prisional,  inclusive  com  penalidade  de,  não  obedecido  o
               prazo, ocorrer bloqueio de recursos. Sabia-se que esta, em um momento de
               crise, não era a via mais adequada, mas com um pouco de organização,
               segundo ele, seria possível fazê-lo com recursos do fundo penitenciário
               nacional, sendo que o município de Itaqui já havia disponibilizado o terreno.
                      A  defensora  pública  Patrícia  Buzzato  apresentou  um  histórico  do
               período de sua atuação em Itaqui (12 anos) e a evolução da criminalidade.
               Falou da importância da prevenção e da ressocialização.
                      O delegado regional penitenciário Nilton Moreira da Silva falou sobre
               a falência do sistema carcerário, agradeceu o apoio do Poder Judiciário e
               apontou a importância da educação na prevenção do crime.
                      Foram entregues à Comissão Especial dois documentos: um deles,
               assinado pelo delegado sindical José Oscar dos Santos Fechner, relatando
               as condições precárias do presídio Regional de Passo Fundo e pedindo apoio
               e providências, e outro, assinado pelo presidente da Câmara Municipal de
               São Borja, vereador Eugênio Dutra Otero,  contendo dados relativos  aos
               índices de  criminalidade registrados na cidade e  pedindo que o Estado

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