Page 97 - Relatorio de segurança_Assembleia_-
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homicídios,  e  disse  que  em  70%  deles  a  vítima  era  egressa  do  sistema
               prisional e em 100% tinha ficha criminal, fenômeno cuja explicação vinha
               sendo buscada junto com os outros órgãos.
                      A médica-legista Maria Ângela Zuchetto, coordenadora da 5ª
               Coordenadoria de Perícias do Instituto-Geral de Perícias, informou a área de
               abrangência do órgão e as  cidades onde havia postos para necropsias,
               exames de lesão corporal e DNA. Disse que em algumas cidades, como São
               Gabriel, havia um médico-legista; em Santa Cruz do Sul, dois, sendo que um
               se aposentaria em breve; Santiago e Cachoeira tinham um concursado em
               cada município e um emergencial. Também referiu a dificuldade referente à
               perícia criminal, pois, segundo ela, envolvia vários deslocamentos para uma
               única equipe. Em Santa Maria, disse, haviam onze peritos, mas no momento
               apenas seis. Explicou a dificuldade do órgão diante do volume de trabalho e
               da falta de efetivo. Destacou que estavam abertas as inscrições para novo
               concurso público, que a demanda era de quase 500 servidores, mas seriam
               chamados em torno de 100 servidores.
                      No  mesmo  sentido,  o  chefe  do  Posto  de  Identificação  de  Santa
               Maria, papiloscopista Fábio Pereira da Silva, ressaltou o problema do efetivo
               e dos servidores prestes a se aposentarem. Disse que o órgão trabalhava
               com 38% do efetivo necessário em âmbito estadual. Explicou que na região
               havia uma sede usada em parceria com o Sistema Nacional de Emprego, que
               este havia alocado um espaço maior e que na negociação o Instituto-Geral
               de Perícias não teria tomado parte.  Afirmou que instalações  inadequadas
               estavam  causando  atrasos  na  emissão  de  carteiras  de  identidade  e
               problemas à população.
                      A promotora de  justiça Jocelaine Dutra Pains  parabenizou a
               iniciativa  do  debate  e  de  trazê-lo ao interior.  Referindo-se aos índices  de
               criminalidade, disse que em números absolutos a situação era apavorante,
               uma  vez  que  haviam  sido  quase  2.000  roubos  no  ano  passado  e  58
               homicídios. Sobre os 100%  das vítimas possuírem antecedentes  e 70%
               serem egressas do regime penitenciário. Relatou que o tráfico de drogas era
               a motriz de muitos outros crimes e que o debate precisava passar pela busca
               de alternativas para enfrentar esse aspecto. Grande parte dos homicídios,
               segundo ela, ocorrem pela disputa do ponto de tráfico de drogas. Disse que
               segurança não pode ser tratada de forma isolada, sendo necessárias ações
               de outras órgãos do Estado.
                      O defensor público Juliano Ruschel saudou  a iniciativa da
               Assembleia Legislativa, dizendo que poderia falar sobre a falta de pessoal,
               mas que era de conhecimento, como todos referiram, que as deficiências

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