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atingiam todos os órgãos. Por derradeiro, destacou que Santa Maria havia
crescido muito e com grandes bolsões de pobreza, ocasionando o aumento
no número de crianças e adolescentes envolvidos no crime – por isso, atuar
nas causas da criminalidade é fundamental.
O delegado regional penitenciário substituto, Eloir Friedrich,
representando a Superintendência dos Serviços Penitenciários, disse que a
população carcerária da região é de 1.940 presos, dos quais 1.170 só do
município de Santa Maria. A penitenciária de Santa Maria, segundo informou,
tinha em torno de 700 vagas, abrigando 804 presos. Não era uma
penitenciária superlotada, comparando-se com as demais.
O delegado penitenciário informou que havia 409 profissionais
atuando no sistema penitenciário da 2ª Região. Desses, em torno de 300
eram agentes penitenciários atuando diretamente nas penitenciárias e
presídios da região. Dentre as dificuldades, apontou a falta de viaturas e
material, a localização do Presídio Regional, que é próximo ao centro urbano,
e a ocorrência de arremessos de objeto para dentro do estabelecimento.
O superintendente da Guarda Municipal de Santa Maria, Sandro
Nunes da Silva, representando a Prefeitura Municipal, contou que estava na
função há menos de três meses e falou do desafio que isso representava.
Disse que eram 144 servidores de uma guarda que já vinha de um serviço de
vigilância e, desses, 107 estavam aptos a fazer um trabalho de guarda
ostensiva. Descreveu as condições dos veículos disponíveis, registrando
que, a partir de um esforço muito grande, com apoio da iniciativa privada,
conseguiram colocar dez viaturas para circular. Também relatou o
treinamento de servidores e informou que Santa Maria possuía um sistema
integrado de câmeras (oitocentas câmeras) disponíveis para o município,
mas que estas estavam defasadas, e buscavam bons exemplos de utilização
de tecnologia nesse meio, como os de Marau e Passo Fundo. Segundo ele,
o monitoramento eletrônico auxiliaria muito as polícias, mas hoje, das 800
câmeras, apenas 9% estavam sendo acompanhadas por um servidor e o
contrato venceria nos próximos meses.
O delegado de Polícia Civil Jun Sukekava disse que na 3ª Região
houve, nos últimos dois anos, 40 policiais civis se aposentando, quase o
efetivo de uma grande cidade, e que o problema principal, portanto, era a falta
de efetivo. Ele chamou a atenção para a banalização de crimes como o roubo
e o homicídio e para o recrutamento de crianças para o crime em locais onde
faltava a presença do Estado.
A vereadora Mirela Poll Menezes, do município de São Pedro do Sul,
relatou visita à Brigada Militar local, dizendo que o problema enfrentado pelo
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