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Educação da vontade. — É fora de dúvida que a base do magnetismo ou influência pessoal é uma
            boa e forte vontade. Poucos são, porém, os que tratam de desenvolvê-la; outros supõem que se
            fortificará por si mesma, deslembrados de que ninguém espera ter braços fortes ou tornar-se um
            hércules, sem que haja se submetido a um vigoroso e continuado exercício ginástico.

            Exercitamos a memória, fazemos esforços supremos para desenvolver nossos músculos, mas onde
            estão os que se dedicam a educar a vontade?
            Bem pouco se faz nesse sentido.

            Absurdo é pretender que essa faculdade preciosa se diferencie das outras até o extremo de poder
            desenvolver-se espontaneamente, quando é um fato incontestável que todas as nossas faculdades
            decrescem e perdem potência em razão de sua falta de exercício.

            Um temperamento vivo e inquieto é tido erroneamente como indício de demonstração de uma
            vontade poderosa, quando, pelo contrário, esse defeito evidencia uma vontade fraca. O próprio fato
            de não poder moderar o seu temperamento indica que a vontade não está acostumada a dominar. E
            como é que pretendeis mandar nos outros, quando não tendes força para governar-vos a vós
            mesmos?

            É de todo ponto indispensável que a pessoa aprenda a exercer a vontade sobre si mesma e afirmá-la
            até que consiga um domínio absoluto sobre todas as outras faculdades do espírito.

            A vontade deve ser sempre a diretora indiscutível, a senhora absoluta.   E o é atualmente?

            Certamente não, mas é necessário que o seja, e para isso, decidi-vos resolutamente cada dia a ter
            uma vontade forte e decidi-vos também a dominar-vos. Pensai nisto muitas vezes ao dia, sempre que
            houver oportunidade e muito especialmente à noite, quando fordes deitar; decidi-vos a triunfar, e
            desta maneira conseguireis fazer que a vossa vontade seja a soberana de todas as outras faculdades,
            e ela, desde logo, vos demonstrará a sua potência.

            Porque existe, sem dúvida alguma, uma influência sutil e invisível, mas poderosa, que emana de uma
            vontade firme e forte e que domina as pessoas muito mais do que poderiam fazê-lo as mais
            eloqüentes palavras. Aquele que possui esse dom pode ser considerado dono de um poder invisível e,
            desde o momento em que vos ponhais em relação com tal indivíduo, não podeis subtrair-vos à sua
            influencia.

            Ora bem, razão alguma existe para que não possuais este poder.    Tendes as faculdades mentais que
            para isso se requerem e não vos falta senão desenvolvê-las. Não espereis conseguir o
            desenvolvimento da vontade num só dia, nem ainda em uma semana; mas se perseverardes no
            propósito de obtê-la, o conseguireis indefectivelmente. O trabalho que custar será proporcional à
            necessidade que dela tiverdes.

            Se nunca vos tivésseis servido de um dos vossos braços, é certo que êle penderia inerte e sem força.
            Poderíeis esperar racionalmente, numa semana ou num mês, dotá-lo da força que lhe faltasse?

            Alguma coisa análoga ocorre no vosso caso; não absolutamente igual, porque, até certo ponto,
            exercitantes a vossa vontade na luta pela vida. Mas como isso é pouco, comparado com o exercício
            ministrado às outras faculdades!

            Os exercícios seguintes servirão para desenvolverdes positivamente a vossa vontade num grau
            maravilhoso, se os praticardes constante e regularmente, fornecendo-vos um poder de influência
            certa sobre todos aqueles com quem tratais.
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