Page 234 - A Magia da Excelencia - Rodrigo Maruxo
P. 234

[69]    A assertividade é uma competência que pode e deve ser aprendida por um bom
                líder  de  si  ou  dos  outros.  É  a  capacidade  de  nos  posicionarmos  de  forma  direta  e
                equilibrada,  defendendo  nossas  convicções  sem  ofendermos  o  outro  ou  sem  nos
                submetermos  ao  comportamento  negativo  do  outro.  Quem  é  assertivo  não  se  omite.
                Desenvolve  a  auto  estima  muito  bem  e  obtém  como  resultado  relações  maduras,
                respeitosas e honestas.

                     [70]    Cachielo, é um líder com quem amei trabalhar e aprender. Ele reúne em si muitos

                aspectos  que  valorizo  em  alguém  que  atua  em  sua  posição:  excelente  ouvinte  e
                perguntador,  generoso  e  muito  simples.  Vivi  com  ele  alguns  grandes  momentos  de
                aprendizado!  Certa  vez  eu  precisava  da  sua  aprovação  para  montar  a  nossa  primeira
                campanha no Google Ads para o e-commerce que eu conduzia por lá. Ele, totalmente leigo
                sobre o universo digital. Fiz a proposta: “me ‘empresta’ R$ 2.000 que vou conduzir uma
                campanha  institucional  e,  ao  final  dela,  sento  contigo  para  te  apresentar  os  números
                gerados e assim te ensinar a mecânica da coisa toda para que possa aprovar de forma
                consciente os nossos futuros investimentos neste canal”. Ele topou. Em 15 dias, comecei a
                mostrar pra ele a sopa de letrinhas do marketing digital: CPC, CTR, LTV, CAC, ROA... Ele
                fazendo perguntas, eu respondendo. Aí veio a surpresa: tomando pé do básico, ele passou
                a fazer perguntas mais avançadas. Fui respondendo. Ele piorou ainda mais as perguntas e
                comecei a suar pra responder! Chegamos a um ponto em que eu não tinha mais resposta.
                Brilhante que era, assim que entendeu o jogo criou uma nova ciência, me colocando pra
                pensar  em  aspectos  que  eu,  mesmo  professor  do  tema,  nunca  havia  pensado.  É  de  se
                respeitar gente assim! Certa vez quis leva-lo no Google. Queria impressioná-lo com este
                universo e colocá-lo em contato com algumas mentes brilhantes que trabalhavam por lá. O
                pessoal nos recebeu e começaram a falar sobre o mercado e começaram a nos ensinar
                sobre negócios... Ele fazia cara de espanto e pedia pra falarem mais. A molecada, vendo
                “o tiozinho” interessado, seguia desfilando seu conhecimento, como pavõezinhos. Eu me
                intriguei com a cena pois ele sabia de tudo aquilo que era falado (e muito mais!). Saímos
                de lá e fui direto ao ponto: “Cachielo, você sabia de tudo aquilo. Por que deixou os caras
                falarem, achando que estavam ensinando o padre a rezar a missa?”. Ele riu e comentou:
                “Mas Maruxo, eles estavam felizes em tentar nos ajudar! Eu fui até lá, eu era uma visita. Eu
                não  podia  tirar  esse  momento  deles!”  (e  pensei  nas  quantas  vezes  ele  devia  ter  feito  o
                mesmo comigo...). Quando decidi sair da Shoestock, fui até ele contar da minha saída e
                agradecer  pelo  tempo  de  convivência.  Seus  olhos  estavam  marejados  ao  me  abraçar,
                evidenciando  o  carinho  que  nutria  por  mim.  Ele  estava  triste  com  minha  ida,  mas  ao
                mesmo tempo grato e feliz pelo tempo que passamos juntos. Eu sentia o mesmo. Nunca
                me esquecerei daqueles olhos marejados.... Obrigado por tudo, Cachielo!


                     [71]     Sempre  fui  partidário  do  lema  “gente  feliz  não  enche  o  saco”.  Quando  notava
                algum  funcionário  infeliz  e  percebia  que  a  solução  daquilo  que  o  infelicitava  fugia  das
                minhas possibilidades (ou das possibilidades da empresa), acabava ajudando a pessoa a
                sair em busca de algum lugar melhor pra ela, de forma madura e honesta entre ambos,
                abrindo assim espaço para chegar alguém que encontrasse felicidade no que tínhamos a
                oferecer por ali.


                     [72]     Isso  me  recorda  o  princípio  importado  das  startups,  chamado  MVP  (Minimum
                Viable Product) ou Produto Minimamente Viável. Na essência, é termos um bom resultado
   229   230   231   232   233   234   235   236   237