Page 147 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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— Katherine, eu tenho certeza de que a localização está correta.
— Não! — gritou ela. — Nós não precisamos mais ir para lá. Eu entendi a pirâmide e o cume!
Sei o que isso tudo quer dizer!
Langdon estava pasmo.
— Você entendeu?
— Entendi! Nós temos que ir é para a Freedom Plaza!
Agora Langdon não estava entendendo mais nada. A Freedom Plaza, embora ficasse ali perto,
parecia totalmente irrelevante.
— Jeova Sanctus Unus! — disse Katherine. — O Único Deus Verdadeiro dos hebreus, cujo
símbolo sagrado é a estrela judaica, ou Selo de Salomão, muito importante para os maçons! — Ela
fisgou uma nota de um dólar do bolso. — Me dê aqui sua caneta.
Perplexo, Langdon sacou uma caneta do paletó.
— Veja bem. — Ela estendeu a nota sobre a coxa e pegou a caneta dele, apontando para o
Grande Selo no verso. — Se sobrepusermos o Selo de Salomão e o Grande Selo dos Estados Unidos...
— Ela desenhou uma estrela judaica bem em cima da pirâmide. — Olhe só o que aparece!
Langdon baixou os olhos para a nota e tornou a olhar para Katherine como se ela estivesse
louca.
— Robert, olhe com mais atenção! Não está vendo o que eu estou apontando? Ele olhou
novamente para o desenho.
DESENHO DO SELO NA NOTA DE UM DÓLAR
Aonde ela está querendo chegar com isso? Langdon já vira aquela imagem antes. Ela era
popular entre os partidários de teorias da conspiração, que viam ali uma “prova” de que os maçons
tiveram uma influência secreta sobre a nação durante os seus primórdios. Quando a estrela de seis
pontas era colocada exatamente sobre o Grande Selo dos Estados Unidos, o vértice superior dela se
encaixava perfeitamente em cima do olho maçônico que tudo vê... e de modo um tanto sinistro os
outros cinco vértices apontavam claramente para as letras M-A-S-O-N, formando a palavra “maçom” em
inglês.
— Katherine, isso é só uma coincidência, e ainda não entendo como a Freedom Plaza entra
nessa história.
— Olhe de novo! — disse ela, quase zangada àquela altura. — Você não está olhando para
onde eu estou apontando! Bem aqui. Não está vendo?
No instante seguinte, Langdon viu.
O líder da equipe de campo da CIA, Turner Simkins, estava parado em frente ao Adams Building
com o celular bem apertado junto à orelha, esforçando-se para ouvir a conversa no banco traseiro do
táxi. Alguma coisa acabou de acontecer. Sua equipe estava prestes a embarcar no helicóptero
modificado Sikorsky UH-60 para tomar a direção noroeste e bloquear a rua, mas agora a situação
parecia ter mudado subitamente.
Segundos antes, Katherine Solomon tinha começado a insistir que eles estavam indo para o
lugar errado. A explicação dela — algo relacionado à nota de um dólar e a estrelas judaicas — não fez
sentido para o líder da equipe e tampouco, ao que parecia, para Robert Langdon. Pelo menos no início.
O simbologista, no entanto, já parecia ter entendido o que ela queria dizer.
— Meu Deus, tem razão! — exclamou ele. — Eu não tinha visto isso!
De repente, Simkins ouviu alguém batendo na divisória do motorista, que se abriu.
— Mudança de planos — gritou Katherine para o motorista. — Leve-nos para a Freedom Plaza!
— Freedom Plaza? — disse o taxista, nervoso. — Não vamos mais para noroeste pela
Massachusetts?
— Esqueça isso! — gritou Katherine. — Vamos para a Freedom Plaza! Dobre à esquerda aqui!
Aqui! AQUI!
O agente Simkins ouviu o táxi fazer uma curva cantando pneu. Katherine estava novamente
falando com Langdon, animada, dizendo alguma coisa sobre o famoso Grande Selo gravado em bronze
no chão da praça.
— Senhora, só para confirmar — interveio a voz do taxista, tensa. — Estamos indo para a
Freedom Plaza... na esquina da Pennsylvania com a 13?
— Isso! — disse Katherine. — Rápido!
— Fica bem perto. Dois minutos.