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Simkins sorriu. Muito bem, Omar. Enquanto corria em direção ao helicóptero já ligado, ele gritou
para a equipe:
— Pegamos eles! Freedom Plaza! Mexam-se!
CAPÍTULO 76
A Freedom Plaza é um mapa.
Situada na esquina da Pennsylvania Avenue com a Rua 13, a ampla superfície de pedra da
praça retrata as ruas de Washington como elas foram originalmente projetadas por Pierre L’Enfant. O
local é um ponto turístico popular, não apenas por ser divertido caminhar sobre o gigantesco mapa, mas
também porque Martin Luther King Jr., a quem o lugar devia o nome de “praça da liberdade”, tinha
escrito grande parte de seu discurso “Eu tenho um sonho” ali perto, no Hotel Willard.
Sendo taxista em Washington, Omar Amirana sempre levava turistas à Freedom Plaza, mas,
naquela noite, era óbvio que seus dois passageiros não eram visitantes comuns. A CIA está atrás
deles? Omar mal teve tempo de parar junto ao meio-fio antes de o casal saltar do carro.
— Não saia daqui! — disse o homem de paletó de tweed para Omar. — Nós voltamos já!
Omar viu os dois saírem correndo pela vastidão do imenso mapa, apontando e gritando
enquanto examinavam a geometria de ruas entrecruzadas. Omar agarrou o celular que estava em cima
do painel.
— Senhor, ainda está aí?
— Sim, Omar! — exclamou uma voz quase inaudível, tamanho o barulho do outro lado da linha.
— Onde eles estão agora?
— Lá fora, em cima do mapa. Parece que estão procurando alguma coisa.
— Não os perca de vista — gritou o agente. — Estou quase chegando!
Omar ficou olhando os dois fugitivos encontrarem rapidamente o famoso Grande Selo da praça
— um dos maiores medalhões de bronze jamais gravados. Passaram alguns instantes parados sobre
ele e logo começaram a apontar para sudoeste.
Então o homem de tweed voltou correndo para o táxi. Omar pôs depressa o celular sobre o
painel enquanto o outro chegava ofegante.
— Para que lado fica Alexandria, na Virgínia? — perguntou ele.
— Alexandria? — Omar apontou para sudoeste, mesma direção que a dupla havia acabado de
mostrar.
— Eu sabia! — sussurrou o homem, girando o corpo e gritando de volta para a mulher: — Você
tem razão! É Alexandria!
A mulher então indicou uma placa iluminada do outro lado da praça: METRO.
— A linha azul vai direto para lá. A nossa estação é a de King Street!
Omar foi invadido por uma onda de pânico. Ah, não.
O homem tornou a se virar para Omar e lhe entregou uma quantidade de notas muito superior
ao preço da corrida.
— Obrigado. Nós vamos descer aqui. — Ele jogou a bolsa de couro sobre o ombro e saiu
correndo.
— Esperem! Eu posso levar vocês! Vou lá a toda hora!
Mas era tarde demais. Os dois já estavam atravessando a praça rapidamente. Então
desapareceram escada abaixo, entrando na estação Metro Center.
Ornar agarrou o celular.
— Senhor! Eles correram para dentro do metrô! Não consegui impedir! Vão
pegar a linha azul para Alexandria!
— Não saia daí! — gritou o agente. — Estou chegando em 15 segundos!
Omar baixou os olhos para o maço de notas que o homem lhe entregara. A nota de cima parecia
ser aquela em que eles estavam escrevendo. Tinha uma estrela judaica por cima do Grande Selo dos
Estados Unidos. De fato, as pontas da estrela coincidiam com as letras da palavra MASON, “maçom”
Inesperadamente, Omar sentiu uma vibração ensurdecedora à sua volta, como se um trator
estivesse prestes a colidir com seu táxi. Ergueu os olhos, mas a rua estava deserta. O barulho
aumentou e de repente um lustroso helicóptero preto desceu do céu noturno, aterrissando com grande
impacto no meio do mapa da praça.