Page 148 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
P. 148

Simkins sorriu. Muito bem, Omar. Enquanto corria em direção ao helicóptero já ligado, ele gritou
          para a equipe:
                 — Pegamos eles! Freedom Plaza! Mexam-se!




          CAPÍTULO 76

                 A Freedom Plaza é um mapa.
                 Situada  na  esquina  da  Pennsylvania  Avenue  com  a  Rua  13,  a  ampla  superfície  de  pedra  da
          praça retrata as ruas de Washington como elas foram originalmente projetadas por Pierre L’Enfant. O
          local é um ponto turístico popular, não apenas por ser divertido caminhar sobre o gigantesco mapa, mas
          também  porque  Martin Luther  King  Jr.,  a quem  o  lugar  devia  o  nome de  “praça  da  liberdade”,  tinha
          escrito grande parte de seu discurso “Eu tenho um sonho” ali perto, no Hotel Willard.
                 Sendo  taxista  em Washington,  Omar  Amirana  sempre  levava  turistas  à  Freedom  Plaza,  mas,
          naquela  noite,  era  óbvio  que  seus  dois  passageiros  não  eram  visitantes  comuns.  A  CIA  está  atrás
          deles? Omar mal teve tempo de parar junto ao meio-fio antes de o casal saltar do carro.
                 — Não saia daqui! — disse o homem de paletó de tweed para Omar. — Nós voltamos já!
                 Omar  viu  os  dois  saírem  correndo  pela  vastidão  do  imenso  mapa,  apontando  e  gritando
          enquanto examinavam a geometria de ruas entrecruzadas. Omar agarrou o celular que estava em cima
          do painel.
                 — Senhor, ainda está aí?
                 — Sim, Omar! — exclamou uma voz quase inaudível, tamanho o barulho do outro lado da linha.
          — Onde eles estão agora?
                 — Lá fora, em cima do mapa. Parece que estão procurando alguma coisa.
                 — Não os perca de vista — gritou o agente. — Estou quase chegando!
                 Omar ficou olhando os dois fugitivos encontrarem rapidamente o famoso Grande Selo da praça
          — um dos maiores medalhões de bronze jamais gravados. Passaram alguns instantes parados sobre
          ele e logo começaram a apontar para sudoeste.
                     Então  o  homem  de  tweed  voltou  correndo  para  o  táxi.  Omar  pôs  depressa  o  celular  sobre  o
          painel enquanto o outro chegava ofegante.
                 — Para que lado fica Alexandria, na Virgínia? — perguntou ele.
                 — Alexandria? — Omar apontou para sudoeste, mesma direção que a dupla havia acabado de
          mostrar.
                 — Eu sabia! — sussurrou o homem, girando o corpo e gritando de volta para a mulher: — Você
          tem razão! É Alexandria!
                 A mulher então indicou uma placa iluminada do outro lado da praça: METRO.
                 — A linha azul vai direto para lá. A nossa estação é a de King Street!
                 Omar foi invadido por uma onda de pânico. Ah, não.
                 O homem tornou a se virar para Omar e lhe entregou uma quantidade de notas muito superior
          ao preço da corrida.
                 —  Obrigado.  Nós  vamos  descer  aqui.  —  Ele  jogou  a  bolsa  de  couro  sobre  o  ombro  e  saiu
          correndo.
                 — Esperem! Eu posso levar vocês! Vou lá a toda hora!
                 Mas  era  tarde  demais.  Os  dois  já  estavam  atravessando  a  praça  rapidamente.  Então
          desapareceram escada abaixo, entrando na estação Metro Center.
                 Ornar agarrou o celular.
                 — Senhor! Eles correram para dentro do metrô! Não consegui impedir! Vão
                 pegar a linha azul para Alexandria!
                 — Não saia daí! — gritou o agente. — Estou chegando em 15 segundos!
                 Omar baixou os olhos para o maço de notas que o homem lhe entregara. A nota de cima parecia
          ser aquela em que eles estavam escrevendo. Tinha uma estrela judaica por cima do Grande Selo dos
          Estados Unidos. De fato, as pontas da estrela coincidiam com as letras da palavra MASON, “maçom”
                 Inesperadamente,  Omar  sentiu  uma  vibração  ensurdecedora  à  sua  volta,  como  se  um  trator
          estivesse  prestes  a  colidir  com  seu  táxi.  Ergueu  os  olhos,  mas  a  rua  estava  deserta.  O  barulho
          aumentou e de repente um lustroso helicóptero preto desceu do céu noturno, aterrissando com grande
          impacto no meio do mapa da praça.
   143   144   145   146   147   148   149   150   151   152   153