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CAPÍTULO 80


                 Warren Bellamy sentiu um lampejo repentino de esperança.
                 Na Selva, a diretora Sato havia acabado de receber o telefonema de um agente de campo e
          começado na mesma hora a lhe dar uma bronca.
                 — Acho bom você encontrar os dois. Agora! — gritou ela para dentro do aparelho. — Nosso
          tempo está se esgotando! — Depois disso desligou e começou a andar de um lado para outro, como se
          estivesse tentando decidir o que fazer em seguida.
                 Por fim, parou bem na frente de Bellamy e se virou.
                 — Sr. Bellamy, vou perguntar uma vez e uma só. — Ela o fitou bem dentro dos olhos. — O
          senhor tem alguma ideia de onde Robert Langdon pode estar agora? Sim ou não?
                 Ele tinha mais do que uma boa ideia, mas sacudiu a cabeça.
                 — Não.
                 O olhar penetrante de Sato não havia se desgrudado do seu.
                 — Infelizmente, faz parte do meu trabalho saber quando as pessoas estão mentindo.
                 Bellamy desviou os olhos.
                 — Sinto muito, não posso ajudá-la.
                 — Arquiteto Bellamy — disse Sato —, hoje à noite, logo depois das sete horas, o senhor estava
          jantando em um restaurante fora da cidade quando recebeu o telefonema de um homem que lhe disse
          ter sequestrado Peter Solomon.
                 No mesmo instante, Bellamy teve um calafrio e voltou a encará-la nos olhos. Como a senhora
          pode saber disso?
                 — Esse homem — continuou Sato — disse que tinha mandado Robert Langdon para o Capitólio
          e lhe confiado uma tarefa que exigia a sua ajuda. Ele avisou que, se Langdon fracassasse, seu amigo
          Peter  Solomon  iria  morrer.  Em  pânico,  o  senhor  ligou  para  todos  os  telefones  de  Peter,  mas  não
          conseguiu falar com ele. Compreensivelmente, foi correndo para o Capitólio.
                 Bellamy não conseguia imaginar como Sato sabia sobre o telefonema.
                 — Quando o senhor estava fugindo de lá — prosseguiu Sato por trás da ponta acesa do cigarro
          —, enviou um torpedo para o sequestrador dizendo que o senhor e Langdon estavam com a Pirâmide
          Maçônica.
                 Onde ela conseguiu essas informações?, perguntou-se Bellamy. Nem mesmo Langdon sabe que
          mandei  essa  mensagem.  Logo  depois  de  entrar  no  túnel  que  conduzia  à  Biblioteca  do  Congresso,
          Bellamy tinha ido até a sala de máquinas para acender as luzes do trecho em obras. Nesse instante de
          privacidade,  decidira  enviar  um  torpedo  ao  sequestrador,  contando-lhe  sobre  a  entrada  de  Sato  em
          cena, mas garantindo que ele e Langdon tinham conseguido pegar a Pirâmide Maçônica e atenderiam
          às suas exigências. Era mentira, claro, mas Bellamy esperava que isso pudesse fazê-los ganhar tempo,
          tanto para Peter Solomon quanto para esconder a pirâmide.
                 — Quem disse à senhora que eu mandei um torpedo? — quis saber Bellamy.
                 Sato jogou o celular dele sobre o banco ao seu lado.
                 — Não é preciso ser nenhum gênio.
                 Bellamy  então  se  lembrou  que  seu  telefone  e  suas  chaves  haviam  sido  confiscados  pelos
          agentes na hora de sua captura.
                 — Quanto ao resto das minhas informações privilegiadas — disse Sato —, a Lei Patriótica me dá
          o  direito  de  grampear  o  telefone  de  qualquer  pessoa  que  eu  considere  uma  possível  ameaça  à
          segurança nacional. E julgo que Peter Solomon representa uma ameaça desse tipo, por isso ontem à
          noite comecei a agir.
                 Bellamy mal conseguia acreditar no que ela estava dizendo.
                 — A senhora grampeou o telefone de Peter Solomon?
                 — Grampeei. Foi assim que descobri que o sequestrador telefonou para o senhor. Logo depois,
          o senhor ligou bastante nervoso para o celular de Peter e deixou um recado falando da chamada que
          havia recebido e querendo saber se estava tudo bem com ele.
                 Bellamy percebeu que ela estava certa.
                 — Nós também interceptamos uma ligação de Robert Langdon, do Capitólio. Ele estava muito
          perturbado,  pois  acabara  de  descobrir  que  havia  sido  enganado  para  ir  até  lá.  Na  mesma  hora,  me
          encaminhei para o Capitólio e cheguei antes do senhor porque estava mais perto. Quanto a saber que
          deveria  haver  algum  objeto  valioso  na  bolsa  de  Langdon...  Bom,  quando  percebi  que  ele  estava
          envolvido nisso tudo, mandei minha equipe reavaliar uma ligação aparentemente inócua entre a pessoa
          que  se  fazia  passar  por  assistente  de  Peter  Solomon  e  Langdon.  Nesse  telefonema,  dado  hoje  de
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