Page 158 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
P. 158

manhã,  o  sequestrador  convence  o  professor  a  vir  dar  uma  palestra  aqui  e  também  a  trazer  um
          pequeno embrulho que Peter lhe confiara tempos atrás. Quando Langdon não abriu o jogo comigo em
          relação ao pacote que estava carregando, pedi o raio X da bolsa.
                 Bellamy  mal  conseguia  raciocinar. Tudo  o que  Sato  dizia  era  factível,  mas  alguma  coisa  não
          estava fazendo sentido.
                 — Mas... como é que a senhora pode achar que Peter Solomon é uma ameaça à segurança
          nacional?
                 — Pode acreditar, Peter Solomon é uma séria ameaça à segurança nacional — disparou ela. —
          E, para ser franca, Sr. Bellamy, o senhor também.
                 Bellamy se empertigou no banco, fazendo as algemas lhe esfolarem os pulsos.
                 — Como é que é?
                 Ela forçou um sorriso.
                 — Vocês, maçons, estão metidos em um jogo arriscado. E guardam um segredo muito, muito
          perigoso.
                 Será que ela está se referindo aos Antigos Mistérios?
                 — Felizmente, sempre souberam guardar muito bem seus segredos. Mas, nos últimos tempos,
          foram um pouco negligentes. E, hoje à noite, seu segredo mais perigoso está prestes a ser revelado ao
          mundo. E, a menos que nós consigamos impedir que isso aconteça, eu lhe garanto que os resultados
          serão catastróficos.
                 Bellamy a encarava, espantado.
                 — Se o senhor não tivesse me atacado — disse Sato —, teria percebido que estamos jogando
          no mesmo time.
                 No  mesmo  time.  As  palavras  despertaram  em  Bellamy  uma  ideia  que  parecia  quase
          inconcebível. Será que Sato é membro da Estrela do Oriente? A Ordem da Estrela do Oriente — muitas
          vezes considerada uma organização irmã da Francomaçonaria — acreditava em uma filosofia mística
          similar de benevolência, saber secreto e tolerância espiritual. No mesmo time? Eu estou algemado! Ela
          grampeou o telefone de Peter!
                 — O senhor vai me ajudar a deter esse homem — disse Sato. — Ele tem o potencial de causar
          um cataclismo do qual este país talvez não se recupere. — Seu rosto parecia feito de pedra.
                 — Então por que vocês não vão atrás dele?
                 Sato aparentou incredulidade.
                 — O senhor acha que eu não estou tentando? Nós rastreamos o celular de Solomon, mas o
          sinal  caiu  antes  de  conseguirmos  identificar  a  localização  do  aparelho.  O  outro  telefone  que  esse
          homem está usando parece ser um modelo descartável, quase impossível de rastrear. A empresa do
          jatinho particular nos disse que o voo de Langdon foi agendado pelo assistente de Solomon, a partir do
          celular de Solomon, com o cartão de crédito de Solomon. Não há rastro nenhum. Mas isso de qualquer
          forma não tem importância. Mesmo que soubéssemos exatamente onde ele está, não poderíamos nos
          arriscar a fazer nenhum movimento para pegá-lo.
                 — Por quê?
                 — Prefiro não revelar o motivo, pois essa informação é confidencial — disse Sato, cuja paciência
          estava claramente se esgotando. — Vou ter que lhe pedir para confiar em mim.
                 — Bom, mas eu não confio!
                 Os olhos de Sato pareciam gelo. Ela se virou de repente e gritou para o outro lado da Selva:
                 — Agente Hartmann! A pasta, por favor.
                 Bellamy  ouviu  o  silvo  da  porta  eletrônica,  e  um  agente  entrou  na  Selva  a  passos  largos.
          Carregava uma pasta de titânio lustrosa, que depositou no chão ao lado da diretora do ES.
                 — Deixe-nos a sós — disse Sato.
                 Quando o agente se foi, a porta tornou a apitar, e então tudo ficou em silêncio.
                 Sato apanhou a pasta de metal, colocou-a no colo e abriu os fechos com um estalo. Em seguida,
          ergueu os olhos lentamente para Bellamy.
                 — Eu não queria fazer isso, mas nosso tempo está se esgotando e o senhor não me deixou
          alternativa.
                 Bellamy olhou para a estranha pasta e sentiu uma onda de medo. Será que ela vai me torturar?
          Tornou a dar um puxão nas algemas.
                 — O que há dentro dessa pasta?
                 Sato deu um sorriso sinistro.
                 — Algo que vai convencê-lo a ver as coisas do meu jeito. Eu lhe garanto.
   153   154   155   156   157   158   159   160   161   162   163