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— Cinco... seis minutos, talvez. Não mais do que isso.
Turner fez as contas. Perfeito. O trem seguinte só podia ser o de Langdon.
Dentro de um vagão de metrô em alta velocidade, Katherine Solomon se remexia no banco de
plástico duro. As fortes luzes fiuorescentes do teto irritavam seus olhos, e ela lutou contra o impulso de
deixar as pálpebras se fecharem, mesmo que apenas por um segundo. Sentado ao seu lado no vagão
vazio, Langdon encarava com um olhar inexpressivo a bolsa de couro aos seus pés. Suas pálpebras
também pareciam pesadas, como se o balanço ritmado do trem em movimento o estivesse ninando até
uma espécie de transe.
Katherine pensou nos estranhos objetos dentro da bolsa de Langdon. Por que a CIA quer esta
pirâmide? Bellamy tinha dito que Sato talvez estivesse atrás dela porque conhecia seu verdadeiro
potencial. Contudo, mesmo que aquele artefato de alguma forma revelasse o esconderijo de antigos
segredos, Katherine achava difícil acreditar que sua promessa de um saber místico ancestral pudesse
interessar à CIA.
Por outro lado, ela lembrou a si mesma que a CIA fora muitas vezes surpreendida coordenando
programas parapsicológicos ou psíquicos que beiravam a magia e o misticismo. Em 1995, o escândalo
conhecido como “Stargate/Scannate” havia revelado uma tecnologia confidencial da CIA chamada
visualização remota — uma espécie de viagem mental telepática que possibilitava a um “visualizador”
transportar a mente para qualquer local da Terra de modo a espioná-lo sem estar fisicamente presente.
É claro que essa tecnologia não era novidade. Os místicos a chamavam de projeção astral e os iogues,
de experiência extra corpórea Infelizmente, os horrorizados contribuintes norte-americanos chamavam
de absurdo, de modo que o programa havia sido abortado. Pelo menos na esfera pública.
Ironicamente, Katherine via conexões notáveis entre os programas fracassados da CIA e suas
próprias descobertas no campo da ciência noética.
Estava ansiosa para entrar em contato com a polícia e saber se haviam descoberto alguma
coisa em Kalorama Heights, mas tanto ela quanto Langdon estavam sem telefone e, de toda forma,
contatar as autoridades àquela altura seria provavelmente um erro. Era impossível saber a extensão da
influência de Sato.
Paciência, Katherine. Dali a poucos minutos, eles estariam escondidos em um lugar seguro e
encontrariam o homem que lhes prometera respostas. O que quer que ele dissesse, Katherine esperava
que pudesse ajudá-la a salvar seu irmão.
— Robert? — sussurrou, erguendo os olhos para o mapa do metrô. — Nós vamos descer na
próxima estação.
Langdon emergiu lentamente de seu devaneio.
— Certo, obrigado. — Enquanto o trem sacolejava, ele recolheu a bolsa de viagem e olhou para
Katherine, inseguro. — Só espero que nossa chegada seja tranquila.
Quando Turner Simkins correu para se juntar a seus homens, a plataforma havia sido totalmente
liberada e sua equipe estava se espalhando para assumir posições atrás das colunas de sustentação.
Um ribombar distante ecoou dentro do túnel na outra ponta da estação e, conforme seu volume foi
aumentando, Simkins sentiu a pressão de um ar quente e viciado se agitar à sua volta.
Sem saída, Sr. Langdon.
Simkins se virou para os dois agentes que estavam com ele na plataforma.
— Saquem as identificações e as armas. Esses trens são automatizados, mas há sempre um
condutor que abre as portas. É ele que vocês precisam encontrar.
Então o farol dianteiro do trem surgiu dentro do túnel e o ruído estridente dos freios cortou o ar.
Enquanto o trem entrava na estação e começava a desacelerar, Simkins e os dois agentes inclinaram o
corpo por sobre os trilhos, brandindo os distintivos da CIA e tentando fazer contato visual com o
condutor antes que ele abrisse as portas.
O trem se aproximava depressa. No terceiro vagão, Simkins finalmente viu o rosto atônito do
condutor, que parecia estar tentando entender por que três homens de preto acenavam para ele com
distintivos. Simkins correu em direção ao trem, já quase totalmente parado àquela altura.
— CIA! — gritou ele erguendo a identificação. — NÃO abra as portas! — À medida que o trem
passava devagar, Simkins foi se aproximando do vagão do condutor, berrando repetidas vezes. — Não
abra as portas! Entendeu? NÃO abra as portas!
O trem parou enquanto o condutor de olhos arregalados fazia que sim com a cabeça.
— Qual é o problema? — perguntou o homem pela janela lateral.
— Não deixe este trem sair do lugar — disse Simkins. — E não abra as portas.
— Tudo bem.
— Pode nos deixar entrar no primeiro vagão?