Page 218 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
P. 218
CAPÍTULO 114
A pouco mais de 15 quilômetros dali, Mal’akh ajeitou o cobertor em volta de Peter Solomon e
empurrou a cadeira de rodas por um estacionamento iluminado pelo luar, parando debaixo da sombra
de um imenso prédio. A estrutura tinha exatamente 33 colunas externas... cada qual com 33 pés de
altura, o equivalente a 10 metros. A construção descomunal estava deserta àquela hora, de modo que
ninguém jamais os veria ali atrás. Não que isso tivesse qualquer importância. De longe, ninguém daria
atenção a um homem alto de aspecto bondoso usando um casaco preto comprido e levando um
inválido careca para um passeio noturno.
Quando chegaram à entrada dos fundos, Mal’akh empurrou a cadeira de Peter até perto do
teclado de segurança. Peter o fitou com ar de desafio, obviamente sem a menor intenção de digitar a
senha.
Mal’akh riu.
— Você acha que está aqui para me fazer entrar? Já se esqueceu que sou um de seus irmãos?
— Ele estendeu a mão e digitou a senha de acesso que recebera após sua iniciação ao grau 33.
A porta pesada se abriu com um clique.
Peter soltou um grunhido e começou a se debater na cadeira de rodas.
— Peter, Peter — murmurou Mal’akh —, pense em Katherine. Coopere comigo, e ela viverá.
Você pode salvá-la. Eu lhe dou minha palavra.
Mal’akh empurrou o prisioneiro para dentro do prédio e trancou a porta atrás deles, seu coração
disparado de ansiedade. Empurrou Peter por alguns corredores até um elevador, apertando um botão
para chamá-lo. As portas se abriram e Mal’akh entrou de costas, puxando a cadeira de rodas. Então,
certificando-se de que Peter pudesse ver o que estava fazendo, estendeu a mão e apertou o botão mais
alto.
Uma expressão de pavor cruzou o semblante atormentado de Peter.
— Shh... — sussurrou Mal’akh, acariciando delicadamente a cabeça raspada de Peter enquanto
as portas do elevador se fechavam. — Como você bem sabe... o segredo é saber como morrer.
Não consigo me lembrar de todos os símbolos!
Langdon fechou os olhos, esforçando-se ao máximo para recordar a localização precisa dos
símbolos na base da pirâmide, mas sua memória fotográfica não chegava a esse ponto. Ele anotou os
poucos símbolos dos quais conseguia se lembrar, posicionando cada um deles no compartimento
indicado pelo quadrado mágico de Franklin.
No entanto, até ali nada parecia fazer sentido.
DESENHO DO QUADRO MÁGICO DE FRANKLIN COM SÍMBOLOS LEMBRADOS
— Olhe! — disse Katherine, incentivando-o. — Você deve estar no caminho certo. A primeira
fileira é toda de letras gregas: os símbolos do mesmo tipo estão se juntando!
Langdon também percebera isso, mas não conseguia pensar em nenhuma palavra grega que se
encaixasse naquela configuração de letras e espaços. Eu preciso da primeira letra. Tornou a olhar para
o quadrado mágico, tentando se recordar do caractere que ocupava o lugar correspondente ao número
1, junto ao canto inferior esquerdo. Pense! Fechou os olhos para tentar visualizar a base da pirâmide. A
fileira de baixo... perto do canto esquerdo... que letra estava ali?
Durante alguns segundos, Langdon se viu de volta ao tanque, dominado pelo terror, olhando
para a base da pirâmide através do vidro.
Então, de repente, ele lembrou. Abriu os olhos, com a respiração ofegante.
— A primeira letra é H!
Langdon retornou à grade e escreveu a primeira letra. A palavra ainda estava incompleta, mas
ele tinha visto o bastante. Subitamente, percebeu qual poderia ser a palavra.
Ηερεδοµ! [escrita grega]
Com a pulsação disparada, Langdon digitou uma nova busca no BlackBerry.
Inseriu o equivalente em inglês àquela conhecida palavra grega. A primeira ocorrência que
surgiu foi um verbete de enciclopédia. Assim que o leu, viu que fazia sentido.
HEREDOM s. importante termo entre os francomaçons de “alto grau”, derivado dos rituais rosa-
cruzistas franceses, nos quais há referências a uma montanha mística na Escócia, lendária localização
do primeiro de seus Capítulos. Vem do grego Ηερεδοµ, cuja origem é hieros-domos, Casa Sagrada.