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— Estou decepcionado, Peter. Você falhou no teste. Ainda acha que eu sou um idiota. Acredita
          mesmo  que  eu  não  entenda  o  que  estou  buscando?  Que  ainda  não  tenha  compreendido  meu
          verdadeiro potencial?
                 Com essas palavras, o homem virou de costas e despiu a túnica. Quando a seda branca flutuou
          até o chão, Peter viu pela primeira vez a comprida tatuagem que percorria sua coluna vertebral.
                 Meu Deus do céu...
                 Partindo  da  tanga  branca,  uma  elegante  escadaria  em  espiral  subia  pelo  meio  das  costas
          musculosas. Cada degrau estava posicionado sobre uma vértebra. Sem palavras, Peter deixou seus
          olhos subirem pela escada até a base do crânio do homem.
                 Tudo o que conseguia fazer era olhar.
                 O homem tatuado então inclinou a cabeça raspada para trás, revelando o círculo de pele nua no
          cocuruto.  A  pele  virgem  estava  margeada  por  uma  serpente  enrolada  em  círculo,  devorando  a  si
          mesma.
                 União.
                 Então, bem devagar, o homem ergueu a cabeça e ficou de frente para Peter. A imensa fênix de
          duas cabeças em seu peito o fitava com olhos mortos.
                 — Estou procurando a Palavra Perdida — disse o homem. — Você vai me ajudar... ou prefere
          morrer junto com sua irmã?
                 Você sabe como encontrá-la, pensou Mal’akh. Sabe de alguma coisa que não está me dizendo.
                 Durante seu interrogatório, Peter Solomon havia revelado coisas das quais provavelmente nem
          se  lembrava.  As  várias  sessões  dentro  do  tanque  de  privação  sensorial  o  deixaram  delirante  e
          obediente.  Por  incrível  que  pareça,  quando  ele  finalmente  falou,  tudo  o  que  disse  a  Mal’akh  se
          encaixava na lenda da Palavra Perdida.
                 A  Palavra  Perdida  não  é  uma  metáfora...  é  real.  Está  escrita  em  uma  linguagem  antiga...  e
          passou muitos séculos escondida. Ela é capaz de conferir um poder inimaginável a qualquer pessoa
          que  compreenda  seu  verdadeiro  significado.  A  Palavra  permanece  oculta  até  hoje...  e  a  Pirâmide
          Maçônica tem o poder de revelá-la.
                 — Peter — falou Mal’akh, encarando o prisioneiro nos olhos —, quando você olhou para essa
          grade de símbolos... viu alguma coisa. Teve uma revelação. Ela significa alguma coisa para você. Me
          diga o que é.
                 — Não vou dizer nada antes de você mandar ajuda para Katherine!
                 Mal’akh sorriu para ele.
                 — Acredite: a possibilidade de perder sua irmã é a menor das suas preocupações agora. — Sem
          dizer  mais  nada,  ele  se  voltou  para  a  bolsa  de  Langdon  e  começou  a  retirar  os  objetos  que  havia
          recolhido no subsolo da sua casa. Então os dispôs meticulosamente sobre o altar de sacrifício.
                 Um pano de seda dobrado. Branco como a neve.
                 Um incensório de prata. Mirra do Egito.
                 Um frasco contendo o sangue de Peter. Misturado com cinzas.
                 Uma pena de corvo. Seu estilo sagrado.
                 A faca sacrificial. Forjada a partir do ferro de um meteorito encontrado no deserto de Canaã.
                 — Você acha que tenho medo de morrer? — gritou Peter com a voz embargada de angústia. —
          Se Katherine se for, não me resta mais nada! Você assassinou minha família inteira! Tirou tudo de mim!
                 — Tudo não — retrucou Mal’akh. — Ainda não. — Ele enfiou a mão na bolsa e tirou de dentro o
          laptop que trouxera do escritório. Ligou o computador e olhou para o prisioneiro. — Infelizmente, acho
          que você ainda não entendeu a gravidade da sua situação.




          CAPÍTULO 117


                 Langdon  sentiu  um  frio  na  barriga  quando  o  helicóptero  da  CIA  levantou  voo  do  gramado,
          inclinou-se bruscamente e, em seguida, acelerou até uma velocidade que ele jamais imaginara possível
          para  uma  aeronave  daquelas.  Para  se  recuperar,  Katherine  havia  ficado  na  mansão  com  Bellamy,
          enquanto um dos agentes da CIA terminava de revistar o local e aguardava uma equipe de apoio.
                 Antes de Langdon ir embora, ela o havia beijado no rosto e sussurrado:
                 — Tome cuidado, Robert.
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