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Peter tornou a olhar para a grade de símbolos, mas sua expressão era vazia.
— Talvez isto aqui ajude você a se inspirar. — Mal’akh estendeu a mão e pressionou algumas
teclas do laptop. Um programa de e-mail carregou na tela, e Peter se retesou. O monitor agora exibia
uma mensagem eletrônica que Mal’akh tinha deixado na caixa de saída: um arquivo de vídeo
endereçado a uma longa lista de importantes veículos de mídia.
Mal’akh sorriu.
— Acho que está na hora de compartilhar, não?
— Não faça isso!
Mal’akh estendeu a mão e clicou no botão de enviar do programa. Peter se debateu contra as
amarras que o prendiam, tentando sem sucesso derrubar o laptop no chão.
— Relaxe, Peter — sussurrou Mal’akh. — O arquivo é muito pesado. Vai levar alguns minutos
para ser enviado. — Ele apontou para a barra de progresso:
ENVIANDO MENSAGEM: 2%
— Se você me disser o que eu quero saber, interrompo o envio do e-mail e ninguém jamais verá
isso.
Peter tinha o rosto lívido enquanto observava a barra de progresso avançar lentamente.
ENVIANDO MENSAGEM: 4%
Mal’akh então ergueu o computador do colo de Peter e o pôs sobre uma das cadeiras estofadas
com couro de porco, virando o monitor para que o prisioneiro pudesse acompanhar o progresso do
envio. Em seguida, voltou para junto dele e pôs em seu colo a página cheia de símbolos.
— A lenda diz que a Pirâmide Maçônica irá desvendar a Palavra Perdida. Este é o código final
da pirâmide. Acho que você sabe decifrá-lo.
Mal’akh relanceou os olhos para o laptop.
ENVIANDO MENSAGEM: 8%
Mal’akh tornou a olhar para Peter, que o encarava com os olhos cinzentos inflamados de ódio.
Isso, me odeie, pensou Mal’akh. Quanto mais intensa a emoção, mais potente a energia liberada
quando o ritual se completar.
Em Langley, Nola Kaye apertou o fone junto ao ouvido, mal conseguindo escutar Sato tamanho
o barulho do helicóptero.
— Eles disseram que é impossível impedir a transferência do arquivo! — gritou Nola. —
Desabilitar os provedores de internet da região levaria pelo menos uma hora e, mesmo assim, se esse
homem tiver acesso a um provedor sem fio, desativar a rede fixa não vai impedi-lo de enviar o vídeo.
Hoje em dia, deter o fluxo de informações digitais havia se tornado praticamente impossível. O
número de rotas de acesso à rede era grande demais. Contando as linhas fixas, os hot spots sem fio, os
modems de celular, os telefones por satélite, os supertelefones e os palmtops com recurso de e-mail, a
única forma de conter um potencial vazamento de dados era destruir a máquina de origem.
— Eu baixei as especificações do UH-60 em que vocês estão voando — disse Nola —, e parece
que a aeronave está equipada com PEM.
As armas de pulso eletromagnético, ou PEM, tinham se tornado comuns nas agências de
segurança pública, que as usavam principalmente em perseguições, para deter automóveis a distância.
Graças ao disparo de um pulso de radiação eletromagnética de alta concentração, uma arma de PEM
era capaz de fritar de maneira eficaz os componentes eletrônicos de qualquer aparelho em sua mira —
carros, telefones celulares, computadores. Segundo a folha de especificações de Nola, o UH-60 tinha
uma magnétron de 6 gigahertz com mira a laser montada no chassi, com um difusor de 50 decibéis,
capaz de emitir um pulso de 10 gigawatts. Se disparado bem em cima de um laptop, o pulso fritaria a
placa-mãe do sistema e apagaria na mesma hora o disco rígido.
— Um PEM não vai adiantar nada — gritou Sato de volta. — O alvo está dentro de um edifício
de pedra. Sem linha de visão e com forte isolamento eletromagnético. Você já tem algum indício de que
o vídeo foi enviado?
Nola olhou para um segundo monitor, que fazia uma busca contínua por notícias de última hora
sobre os maçons.
— Ainda não. Mas, se o arquivo se tornar público, vamos saber em segundos.