Page 228 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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Peter tornou a olhar para a grade de símbolos, mas sua expressão era vazia.
                 — Talvez isto aqui ajude você a se inspirar. — Mal’akh estendeu a mão e pressionou algumas
          teclas do laptop. Um programa de e-mail carregou na tela, e Peter se retesou. O monitor agora exibia
          uma  mensagem  eletrônica  que  Mal’akh  tinha  deixado  na  caixa  de  saída:  um  arquivo  de  vídeo
          endereçado a uma longa lista de importantes veículos de mídia.
                 Mal’akh sorriu.
                 — Acho que está na hora de compartilhar, não?
                 — Não faça isso!
                 Mal’akh estendeu a mão e clicou no botão de enviar do programa. Peter se debateu contra as
          amarras que o prendiam, tentando sem sucesso derrubar o laptop no chão.
                 — Relaxe, Peter — sussurrou Mal’akh. — O arquivo é muito pesado. Vai levar alguns minutos
          para ser enviado. — Ele apontou para a barra de progresso:

                 ENVIANDO MENSAGEM: 2%

                 — Se você me disser o que eu quero saber, interrompo o envio do e-mail e ninguém jamais verá
          isso.
                 Peter tinha o rosto lívido enquanto observava a barra de progresso avançar lentamente.

                 ENVIANDO MENSAGEM: 4%

                 Mal’akh então ergueu o computador do colo de Peter e o pôs sobre uma das cadeiras estofadas
          com  couro  de  porco,  virando  o  monitor  para  que  o  prisioneiro  pudesse  acompanhar  o  progresso  do
          envio. Em seguida, voltou para junto dele e pôs em seu colo a página cheia de símbolos.
                 — A lenda diz que a Pirâmide Maçônica irá desvendar a Palavra Perdida. Este é o código final
          da pirâmide. Acho que você sabe decifrá-lo.
                 Mal’akh relanceou os olhos para o laptop.

                 ENVIANDO MENSAGEM: 8%

                 Mal’akh tornou a olhar para Peter, que o encarava com os olhos cinzentos inflamados de ódio.
                 Isso, me odeie, pensou Mal’akh. Quanto mais intensa a emoção, mais potente a energia liberada
          quando o ritual se completar.

                 Em Langley, Nola Kaye apertou o fone junto ao ouvido, mal conseguindo escutar Sato tamanho
          o barulho do helicóptero.
                 —  Eles  disseram  que  é  impossível  impedir  a  transferência  do  arquivo!  —  gritou  Nola.  —
          Desabilitar os provedores de internet da região levaria pelo menos uma hora e, mesmo assim, se esse
          homem tiver acesso a um provedor sem fio, desativar a rede fixa não vai impedi-lo de enviar o vídeo.
                 Hoje em dia, deter o fluxo de informações digitais havia se tornado praticamente impossível. O
          número de rotas de acesso à rede era grande demais. Contando as linhas fixas, os hot spots sem fio, os
          modems de celular, os telefones por satélite, os supertelefones e os palmtops com recurso de e-mail, a
          única forma de conter um potencial vazamento de dados era destruir a máquina de origem.
                 — Eu baixei as especificações do UH-60 em que vocês estão voando — disse Nola —, e parece
          que a aeronave está equipada com PEM.
                 As  armas  de  pulso  eletromagnético,  ou  PEM,  tinham  se  tornado  comuns  nas  agências  de
          segurança pública, que as usavam principalmente em perseguições, para deter automóveis a distância.
          Graças ao disparo de um pulso de radiação eletromagnética de alta concentração, uma arma de PEM
          era capaz de fritar de maneira eficaz os componentes eletrônicos de qualquer aparelho em sua mira —
          carros, telefones celulares, computadores. Segundo a folha de especificações de Nola, o UH-60 tinha
          uma magnétron de 6 gigahertz com mira a laser montada no chassi, com um difusor de 50 decibéis,
          capaz de emitir um pulso de 10 gigawatts. Se disparado bem em cima de um laptop, o pulso fritaria a
          placa-mãe do sistema e apagaria na mesma hora o disco rígido.
                 — Um PEM não vai adiantar nada — gritou Sato de volta. — O alvo está dentro de um edifício
          de pedra. Sem linha de visão e com forte isolamento eletromagnético. Você já tem algum indício de que
          o vídeo foi enviado?
                 Nola olhou para um segundo monitor, que fazia uma busca contínua por notícias de última hora
          sobre os maçons.
                 — Ainda não. Mas, se o arquivo se tornar público, vamos saber em segundos.
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