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Langdon teve de admitir que, dito dessa forma, parecia absurdo, mas ainda assim respondia a
          muitas perguntas.
                 — Veja bem — disse ele —, não sou especialista em mágica cerimonial, mas, com base nos
          documentos pregados nas paredes do subsolo... e na descrição que Katherine fez do pedaço de pele
          não tatuado no topo da cabeça dele... eu diria que nosso homem espera encontrar a Palavra Perdida e
          escrevê-la no próprio corpo.
                 Sato conduziu o grupo em direção à sala de jantar. Do lado de fora, o helicóptero os aguardava,
          suas hélices fazendo um barulho cada vez mais alto.
                 Langdon seguiu falando, como se pensasse em voz alta:
                 — Se esse cara acredita mesmo que está prestes a desvendar o poder dos Antigos Mistérios,
          nenhum símbolo seria mais poderoso do que a Palavra Perdida. Se ele conseguir encontrá-la e tatuá-la
          no topo da cabeça, um local sagrado, sem dúvida passará a se considerar perfeitamente adornado e
          ritualisticamente preparado para... — Ele fez uma pausa, vendo Katherine empalidecer ao pensar no
          destino iminente de Peter.
                 — Mas, Robert — disse ela com a voz débil, mal se fazendo ouvir acima do ruído das hélices do
          helicóptero  —,  isso  é  uma  boa  notícia,  não  é?  Se  ele  quer  inscrever  a  Palavra  Perdida  no  topo  da
          cabeça  antes  de  sacrificar  Peter,  então  nós  temos  tempo.  Ele  não  o  matará  antes  de  encontrar  a
          Palavra. E, se não houver Palavra...
                 Langdon tentou parecer esperançoso enquanto os agentes ajudavam Katherine a se sentar em
          uma cadeira.
                 — Infelizmente, Peter pensa que você está morrendo de hemorragia. Ele acha que a única forma
          de salvá-la é cooperar com esse maluco... provavelmente ajudando-o a encontrar a Palavra Perdida.
                 — E daí? — insistiu ela. — Se a Palavra não existir...
                 — Katherine — disse Langdon, fitando-a bem dentro dos olhos. — Se eu acreditasse que você
          estivesse morrendo e um doido dissesse que me deixaria salva-la caso eu achasse a Palavra Perdida,
          garanto  que  encontraria  uma  palavra...  qualquer  palavra...  e  depois  rezaria  para  ele  cumprir  a
          promessa.
                 — Diretora Sato! — gritou um agente do andar de cima. — É melhor a senhora ver isto aqui!
                 Sato saiu apressada da sala de jantar e deparou com um dos agentes descendo a escada. Ele
          trazia nas mãos uma peruca loura. Mas o que é isso?
                 — Uma peruca de homem — disse ele, entregando-lhe o objeto. — Encontrei-a no quarto. Dê
          uma boa olhada.
                 A peruca loura era muito mais pesada do que Sato imaginava. O forro parecia ter sido moldado
          em gel. Estranhamente, um fio saía da parte de baixo dela.
                 — Uma bateria em gel que se molda ao couro cabeludo — disse o agente. — Para alimentar
          uma microcâmera de fibra ótica escondida nos cabelos.
                 —  O  quê?  —  Sato  tateou  até  encontrar  a  minúscula  lente  aninhada  de  forma  quase
          imperceptível no meio da franja loura. — Este troço é uma câmera escondida?
                 — Uma câmera de vídeo. Ela armazena imagens neste minúsculo cartão de memória — disse o
          agente,  apontando  para  um  quadradinho  de  silício  do  tamanho  de  um  selo  embutido  no  gel.  —
          Provavelmente é ativada por sensores de movimento.
                 Meu Deus, pensou ela. Então foi assim que ele conseguiu.
                 Aquela versão engenhosa da câmera secreta “de lapela” tinha desempenhado um papel decisivo
          na crise que a diretora do ES estava enfrentando naquela noite. Sato encarou o dispositivo com raiva
          antes de devolvê-lo ao agente.
                 — Continue revistando a casa — disse ela. — Quero todas as informações que conseguir sobre
          esse sujeito. Sabemos que ele levou o laptop, por isso preciso descobrir exatamente como ele planeja
          se  conectar  ao  mundo  exterior  enquanto  estiver  em  trânsito.  Vasculhe  o  escritório  em  busca  de
          manuais, cabos, ou qualquer coisa que possa nos dar uma pista sobre o hardware que ele usa.
                 — Sim, senhora. — O agente se afastou depressa.
                 Hora de sair daqui. Sato podia ouvir o ruído ensurdecedor das hélices em velocidade máxima.
          Voltou  a  passos  rápidos  até  a  sala  de  estar,  para  onde  Simkins  tinha  acabado  de  conduzir  Warren
          Bellamy depois de tirá-lo do helicóptero. O agente lhe fazia perguntas sobre o prédio que acreditavam
          ser o destino do sequestrador.
                 A Casa do Templo.
                 — As portas da frente são trancadas por dentro — dizia Bellamy, enrolado em um cobertor de
          emergência e tremendo visivelmente depois de ter ficado um bom tempo esperando no frio, na Franklin
          Square. — O único jeito de entrar é pelos fundos. A porta tem um teclado com um código de acesso
          que só os irmãos conhecem.
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