Page 251 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
P. 251
CAPÍTULO 129
Robert Langdon estava parado diante do portal de vidro, hipnotizado, absorvendo a força do
cenário à sua frente. Depois de subir mais de uma centena de metros sem perceber, ele agora
admirava uma das paisagens mais espetaculares que tinha visto na vida.
O domo reluzente do Capitólio se erguia como uma montanha na extremidade leste do National
Mall. Em cada lado do prédio, duas linhas paralelas de luz se estendiam na sua direção... as fachadas
iluminadas dos museus do Instituto Smithsonian... bastiões da arte, da história, da ciência e da cultura.
Langdon então percebeu com assombro que grande parte do que Peter havia afirmado era
verdade. Existe realmente uma escada em caracol... que desce mais de uma centena de metros sob
uma imensa pedra. O grande cume daquele obelisco estava logo acima da sua cabeça, e Langdon
então se lembrou de uma curiosidade que parecia ter uma estranha relevância: o cume do Monumento
a Washington pesa exatamente 3.300 libras, o equivalente a 1,5 tonelada.
Outra vez o número 33.
Mais surpreendente, porém, era saber que o ponto mais elevado daquele cume, o zênite
daquele obelisco, é coroado por uma ponta de alumínio polido
— um metal que já foi considerado tão precioso quanto o ouro. O brilhante ápice do Monumento
a Washington tem apenas 30 centímetros de altura, o mesmo tamanho da Pirâmide Maçônica. Por
incrível que pareça, essa pequena pirâmide de metal trazia uma famosa inscrição — Laus Deo
Langdon subitamente entendeu. É essa a verdadeira mensagem da base da pirâmide de pedra.
Os sete símbolos são uma transliteração!
O mais simples dos códigos.
Os símbolos são letras.
O esquadro do pedreiro — L
O elemento ouro — AU
O sigma grego — S
O delta grego — D
O mercúrio alquímico — E
O ouroboros — O
— Laus Deo — sussurrou Langdon. A célebre expressão em latim, que significa “louvado seja
Deus”, está gravada na ponta do Monumento a Washington em letras cursivas de apenas 2,5cm de
altura. Bem à vista... e, no entanto, invisível para todos.
Laus Deo
— Louvado seja Deus — disse Peter atrás dele, acendendo a luz suave do cubículo. — O código
final da Pirâmide Maçônica.
Langdon se virou. O amigo tinha um largo sorriso estampado no rosto, e ele se lembrou que
Peter chegara a dizer “louvado seja Deus” mais cedo na biblioteca maçônica. Nem assim eu percebi.
O professor sentiu um calafrio ao constatar como fazia sentido que a lendária Pirâmide Maçônica
o tivesse guiado até ali... até o grande obelisco dos Estados Unidos — símbolo de um antigo saber
místico —, que se erguia em direção ao céu no coração do país.
Maravilhado, Langdon começou a contornar o perímetro do cubículo em sentido anti-horário, até
chegar a outra janelinha.
Norte.
Pela janela que dava para o norte, Langdon admirou o contorno familiar da Casa Branca. Ergueu
os olhos até o horizonte, vendo a linha reta da Rua 16 se estender em direção à Casa do Templo.
Estou ao sul de Heredom.
Seguiu dando a volta até a janela seguinte. Mirou o oeste, percorreu com os olhos o comprido
retângulo do espelho d’água até o Lincoln Memorial, com sua arquitetura grega clássica inspirada no
Partenon, o templo a Palas Atena, deusa dos feitos heróicos.
Annuit coeptis, pensou Langdon. Deus aprecia nossos feitos.
Prosseguindo até a última janela, olhou para o sul, além das águas escuras da Tidal Basin, onde
o Jefferson Memorial brilhava intensamente contra o céu noturno. Sabia que a cúpula levemente
arredondada tivera por modelo o Panteão, primeira morada dos grandes deuses romanos da mitologia.