Page 149 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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            há  temor  de  Deus  diante  de  seus  olhos”/(Rm  3.18).  Outra
            coisa ainda, por que a idéia da autoridade das Escrituras tem
            sido  tão  deploravelmente  rebaixada  nestes  últimos  tempos?
            Por  que  mesmo  entre  aqueles  que  professam  pertencer  ao
            Senhor  há  tão  pouca  submissão  à  sua  Palavra,  sendo  seus
            preceitos estimados como coisa insignificante e prontamente
            deixados  de  lado?  Ah!  o que precisa ser ressaltado hoje  em
            dia é que Deus é Deus que deve ser temido.
                   “O temor do  S enhor é o princípio da sabedoria”  (Pv
            9.10).  Bem-aventurada  é  a  alma  que  atingiu  um  estado  de
            piedoso  temor,  despertado  pela  contemplação  da  majestade
            divina.  Feliz a alma que tem uma visão da sublime grandeza
            de Deus, da sua inefável santidade, da sua justiça perfeita, do
            seu poder irresistível, da sua graça soberana. Alguém poderia
            perguntar:  “Somente os não-salvos, os que estão sem Cristo,
            é  que  precisam  temer  a  Deus?”  Nesse  caso,  a  resposta
            adequada é que os salvos,  os que se acham em Cristo,  é que
            são admoestados a desenvolver a própria salvação com “temor
            e tremor”./Houve época na qual descrever o crente como um
            “homem temente  a  Deus”  era um costume  generalizado;  e,
            se  esse  costume  se  tornou  quase  extinto,  isso  serve  apenas
           para mostrar até onde nos temos deixado levar. Mesmo assim,
            as  Escrituras  continuam  afirmando:  fComo  um  pai  se
           compadece de seus filhos, assim o S enhor se compadece dos
           que o temem”  (Sl  103.13)! (
                   Quando  falamos  de  piedoso  temor,  não  queremos
           sugerir o tipo de medo  servil que prevalece entre os pagãos
           em relação a seus deuses. Não; estamos falando daquela atitude
           que  o  Senhor se comprometeu a abençoar,  falamos  daquele
           espírito  descrito  pelo  profeta:  “Mas  o  homem  para  quem
           olharei  é este:  o aflito e  abatido de  espírito e  que  treme da
           minha palavra”  (Is  66.2).  É  isso  que  o  apóstolo  tinha  em
           mente,  quando  escreveu:  “Tratai  a  todos  com  honra,  amai
           aos irmãos, temei a Deus, honrai ao rei” (1 Pe 2.17). E, para
           desenvolver  esse  santo  temor,  nada  melhor  do  que  o
           reconhecimento da soberana majestade de Deus.
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