Page 157 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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            “santo temor” não significa um terror servil/ e, sim, sujeição
            e reverência filiais;j tendo também em mente que “o temor do
            Senhor é o princípio da sabedoria”,  seria um tanto estranho
            se nenhuma alusão fosse  feita ao  “santo temor”  em relação
            Àquele que era a sabedoria em pessoa!  Quão maravilhosa e
            preciosa é a palavra em Hebreus 5.7:  “Ele, Jesus, nos dias da
            sua  carne,  tendo  oferecido,  com  forte  clamor  e  lágrimas,
            orações  e  súplicas  a  quem  o podia livrar  da morte  e  tendo
            sido  ouvido por  causa  da  sua  piedade  [ou  santo  temor]...”
            Não foi outra coisa senão o “santo temor”  que levou Jesus a
            sujeitar-Se a Maria e José,  quando menino.  Porventura não
            foi o “santo temor” — sujeição e reverência filiais a Deus —
            que foi demonstrado, quando lemos:  “Indo para Nazaré, onde
            fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu
            costume, e levantou-se para ler” (Lc 4.16)? Certamente foi o
            “santo temor” que impulsionou o Filho a dizer, quando Satanás
            O quis tentar a prostrar-se perante ele,  em adoração:  “Está
            escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto”
            (Mt 4.10).  Não foi o  “santo temor”  que levou Jesus a dizer
            ao  leproso  curado:  “Vai  mostrar-te  ao  sacerdote  e  fazer  a
            oferta  que  Moisés  ordenou,  para  servir  de  testemunho  ao
            povo”  (Mt  8.4)?  Precisaríamos  continuar  multiplicando  as
            ilustrações? 1
                   Quão  perfeita  foi  a  obediência  que  o  Senhor  Jesus
            ofereceu  a  Deus  Pai!  E,  ao  meditarmos  sobre  isso,  não
            percamos  de  vista  aquela  maravilhosa  graça pela  qual  Ele,
            que subsistia em forma de Deus,  chegou a humilhar-Se a si
            mesmo ao ponto de assumir a forma de servo,  colocando-Se
            assim numa posição em que a obediência era a atitude certa.
            Na  qualidade  de  servo  perfeito,  Cristo  prestou  absoluta
            obediência ao Pai.  As palavras  “tornando-se obediente até à
            morte, e morte de cruz” (Fp 2.8) ensinam-nos quão absoluta
            e total foi a obediência dEle. Que essa obediência foi cônscia
            e inteligente se vê claramente na própria linguagem de Jesus:
            “Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a
            reassumir.  Ninguém  a  tira  de  mim;  pelo  contrário,  eu
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