Page 156 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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Nossa Atitude                                           149


           toda  a  boa  dádiva  (temporal)  e  de  todo  o  dom  perfeito
           (espiritual); uma vez mais, isso atesta que éDeus quem dirige
           todos os fregueses a entrarem na loja.  Até aqui, tudo muito
           bem. Exemplos como esses não envolvem dificuldades. Mas,
           imaginemos  a situação  oposta.  Suponhamos  que meu trem
           fosse forçado a atrasar a viagem por várias horas ou que se
           chocasse  contra  outro  trem,  causando-me  ferimentos!  Ou
           então  suponhamos  que  eu tivesse uma péssima  semana  de
           negócios, ou que a minha loja fosse atingida por um raio que
           lhe  ateasse  fogo,  ou  que  ladrões  tivessem penetrado  ali  e
           saqueado  as  mercadorias.  Qual  seria  minha  atitude?
           Perceberia eu a mão de Deus até mesmo nessas coisas?
                  Voltemos  ao  caso de Jó.  Quando um desastre  após
           outro se precipitaram sobre ele,  o que ele fez? Lamentou a
           sua “má sorte”? Amaldiçoou os bandidos? Murmurou contra
           Deus? Não; curvou-se perante Deus, em adoração. Ah! caro
           leitor, não há verdadeiro descanso para o seu pobre coração
           enquanto você não aprender a perceber a mão de Deus em
           tudo.  Para tanto,  porém,  é mister o constante exercício da
          fé.  O  que  é  fé?  Será  uma  credulidade  cega?  Ou  uma
           aquiescência fatalista? Não; não é isso. A fé é um descansar
           sobre a firme Palavra do Deus vivo;'e, por isso está escrito:
           “Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles
           que  amam  a  Deus,  daqueles  que  são  chamados  segundo  o
           seu propósito”  (Rm  8.28).  Por essa razão,  pois,  a  fé  dará
           sempre graças a Deus por tudo. A fé operante sabe alegrar-se
           “sempre no Senhor”  (Fp 4.4).
                  Passamos agora a observar como esse reconhecimento
           da  soberania  de  Deus,  expresso  em  santo  temor,  em
           obediência  implícita,  em  resignação  total  e  em  profunda
           gratidão e alegria foi exemplificado, suprema e perfeitamente,
           pelo Senhor Jesus Cristo. Em todas as coisas o Senhor Jesus
           nos deu exemplo, para que seguíssemos os seus passos. Mas
           será  esse  o  caso  em  relação  à  prim eira  observação
           mencionada? As palavras “santo temor” sempre se vinculam
           ao  incomparável  nome  de  Deus?  Lembrando-nos  de  que
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