Page 93 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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             sobre  a  humanidade?  Até  que  ponto  e  através  de  quais
             influências Deus controla os filhos dos homens? Dividiremos
             nossa resposta a essa pergunta em duas partes, considerando,
             em primeiro lugar,  o modo como Deus  lida  com os justos,
             seus eleitos; depois,  seu modo de lidar com os ímpios.



             Método de Deus Lidar com os Justos

                     1.        Deus exerce sobre seus eleitos uma influência ou
             poder vivificante.


                    Por natureza, os homens estão espiritualmente mortos,
             mortos em seus delitos e pecados, e sua primeira necessidade
             é vida espiritual, porque “se alguém não nascer de novo, não
             pode ver o reino de Deus”  (Jo 3.3).  Por intermédio do novo
             nascimento, Deus faz que passemos da morte para a vida (Jo
             5.24).  Ele  concede-nos  sua  própria  natureza  (2  Pe  1.4).
             Liberta-nos  do  império  das  trevas  e  nos  transporta  para  o
             reino do seu Filho amado (Cl  1.13).  Ora, éramos manifesta­
             mente incapazes de fazer isso por nós mesmos, porque “éramos
             fracos” (Rm 5.6). Por isso está escrito:  “Somos feitura dele,
             criados em Cristo Jesus”  (Ef 2.10).
                    Pelo  novo  nascimento  tornamo-nos  co-participantes
             da natureza divina: um princípio, uma “semente”, uma vida
             que nasce “do Espírito” e que, por isso mesmo,  “é espírito”;
             e,  sendo nascida do Espírito Santo,  é  santa.  Sem essa nova
             natureza, divina e santa, que recebemos quando nascemos de
             novo, é inteiramente impossível a qualquer homem gerar um
             impulso espiritual, formar um conceito espiritual, ter pensa­
             mentos  espirituais,  entender  realidades  espirituais  e,  muito
             menos ainda, dedicar-se a obras espirituais. Sem a santificação,
             ninguém verá  o  Senhor  (Hb  12.14).  No  entanto,  o  homem
             natural  não  deseja  a  santidade,  não  querendo,  portanto,  a
             provisão  feita  por  Deus.  Suplicaria,  pois,  o  homem,  e  se
             esforçaria  por  aquilo  que  não  lhe  agrada?  Certamente  que
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