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Lama Padma Samten – Nascendo no Lótus


            SIDI - sabedoria da causalidade, HUNG - sabedoria de Darmata. Cada vez que digo uma sílaba eu vejo
            aquilo claramente, muitas e muitas vezes repito e reproduzo isso. Aspiro que sempre que eu ouvir o
            mantra isto produza uma conexão. O caminho todo é ilusório, é para ser abandonado, é um método.





            Perguntas e respostas


            P: Poderia falar sobre o Dzogchen?

            R: O Dzogchen surgiu em Ordjen, numa área próxima ao Paquistão, através de Garab Dorje, uma
            emanação   do   Buda   Primordial.   O   Dzogchen   surgiu   de   modo   mágico   e   se   encontrou   com   os
            ensinamentos de Buda Sakiamuni através de um aluno dele, Manjushrimitra, um dos principais
            debatedores da universidade de Nalanda, que vai ao encontro de Garab Dorje  e se torna seu aluno. E
            assim são fundidos os ensinamentos Dzogchen com os ensinamentos do Buda. Guru Rinpoche vem
            depois, vai ao Nepal, Butão, Índia e aí  vai ao Tibete levando os ensinamentos Dzogchen. Quem leva
            os ensinamentos do Buda ao Tibete foi o erudito Khenpo Shantirakshita, da Índia, que junto com o rei
            fundam o templo Samye, o primeiro monastério budista. Assim começa o budismo tibetano. Nessa
            época a religião predominante no Tibete era o Bon, só que o Bon descrito pelos budistas desta época
            procurava melhorar as condições de vida das pessoas dentro da roda da vida através de rezas e
            xamãs. No entanto, hoje, o Bon está muito próximo do Budismo, em algumas tradições é como se
            fosse a quinta linhagem tibetana. Hoje os mestres Bon fazem suas formações dentro dos monastérios
            budistas, estudam em monastérios Gelugpa, Nyingma e dentro dos seus próprios monastérios. Eles
            também dizem que o Bon começou com um Buda, o Buda Shenrab Miwo, anterior ao Buda Sakiamui,
            inclusive dizem que ele teria sido mestre do Buda Sakiamuni. Eles também tomam refúgio no Buda,
            Darma e sanga, eles se consideram budistas. Apresentam uma outra cosmologia, codificada por
            Tapihritsa, depois vêm as histórias dos conflitos e guerras entre os reis que professavam o Bon e os
            reis que professavam o budismo. Mas hoje é tempo de paz, S.S. Dalai Lama apoia o Bon e seus
            colégios monásticos e quando vai fazer os grandes encontros como o Kalachakra, ele leva os mestres
            das cinco linhagens. Eu mesmo assisti aos ensinamentos Bon do chefe da linhagem Bon e tenho
            admiração por eles. Há vários mestres budistas que também têm conexão com eles, como Namkhai
            Norbu Rinpoche, o que não quer dizer que ele é um praticante Bon, mas é um estudioso dessa
            cultura. Ele, por sua vez, considera o Dzogchen independente do Bon e independente do Budismo. O
            budismo preserva o Dzogchen, está bem! Sem contradições, Dzogchen é guru ioga, nós focamos a
            natureza   primordial,   só   isso!   O   budismo   inteiro   é   um   caminho   gradual   que   nos   leva   a   nos
            defrontarmos com a nossa natureza primordial. Não vejo nenhuma contradição, na verdade eu acho
            melhor o caminho Mahayana porque ele oferece um caminho gradual. A corda do Dzogchen é muito
            curta, não tem como pegá-la. Agora, se jogarmos uma corda longa, ela pode chegar a cada lugar, e
            por quê? Por que aí temos a motivação da bodicita para alcançar todos os seres. Mas, se eu tiver a
            visão Dzogchen e a aspiração de chegar aos seres, eu gero uma corda longa, que é Mahayana!
            Podemos pensar, o Bon é a culminância, mas todos os caminhos têm a sua culminância. Às vezes as
            pessoas dizem ser praticantes Dzogchen, mas elas não geraram o Mahayana, e então podem ter
            grandes dificuldades de pegar a pontinha da corda. Por quê? Porque elas não têm a estabilidade da
            mente, não fizeram shamata, não têm nem como seguir uma instrução elevada. Quando elas param,


            CEBB - Retiro Araras – maio 2009                                                            41 / 43
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