Page 105 - O vilarejo das flores
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—Práticas?
—Sim querida. Aimeé está grávida de um homem que não tem onde
cair morto. Essa criança também não tem um futuro próspero: vai
nascer sem pai, bastardo e ainda ter uma mãe solteira. Esta criança
nunca será aceita pela sociedade. Aimeé seria desgraçada pela vida
toda. Nunca mais arranjaria marido. Todas as pessoas decentes nesta
cidade parariam de falar conosco. Seria o fim.
—Nem fale tia. Nem fale uma coisa dessas. Angustia-me não poder
voltar para nossa casa e agora uma coisa dessas. – suspirava Brigida
—Por isso digo para sermos práticas. Tome.
Noeli entregou a Brígida um papel com um nome escrito.
Brígida gelou dos pés a cabeça e olhou para a tia.
—Não temos alternativa querida. É para o bem dela. - disse Noeli
friamente-Nós,mulheres, passamos por isso.
—Mas como faremos tia?
—Lembra-se da casa em Alto Vale?
—Sim. Nossa casa de campo. Faz muitos anos que não vamos lá. –
lembrou Brigida.
—Por isso mesmo. Podemos levá-la para este lugar com algum
pretexto. Como a casa é distante e fica no meio da floresta, ninguém
saberá.
—Acho que não tem outra maneira. – disse Brigida sem esperanças.
—Não temos. O que acha?
Brígida concordou com Noeli e esta chamou a mucama.
Que veio na mesma hora. Noeli entregou um bilhete à Sadira e deu
ordens para entregar somente ao próprio. “Se ele não estiver, espere.”
Ordenou Noeli. A mucama pegou o bilhete e saiu apressada.
Noeli olhou para Brígida e disse:
—Pronto! A minha parte está feita. Agora começa a sua.
Brígida olhou para a escada, respirou fundo e levantou-se.
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