Page 106 - O vilarejo das flores
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Aimeé, em seu quarto, vivia um turbilhão de emoções. Ora triste ora
        feliz da vida com a chegada do bebê. Em seus sonhos, se via contando

        a Francis e os dois casando. Várias vezes casavam-se em sonho e via
        sua filha nascer. “Filha? Perguntava sua mãe”. “Sim, porque eu sei
        que é menina”. Afirmava ela.
               A porta se abriu e Brígida entrou.

        —Bom dia filha!
        —Bom dia mãe! - respondeu Aimeé alegremente debruçada na
        janela.
        —Como se sente hoje?

        —Melhor. Consegui comer hoje.
        —A Sadira comentou.
        —Ficaria melhor, se pudesse sair no jardim. Posso mãe?
        —Querida, no seu estado deve manter repouso. Não é bom ficar

        saindo. E como seu pai não sabe ainda, é melhor ficar aqui. É para
        seu bem e da criança.
        —Mas mãe, daqui a pouco, não poderei mais esconder. O papai vai
        ter que aceitar a nossa bebê e o Francis. Ai mãe! Não sei que nome

        eu coloco.
        —Querida- disse Brígida tentando manter a calma- Sei que você está
        animada, mas primeiro precisamos preparar seu pai. Ele pode não
        entender do jeito que você está pensando.

        —Ele vai ter que entender mãe. Você demorou, mas entendeu. E eu
        quero voltar logo para casa.
        —Para casa? - perguntou Brígida surpresa.
        —Sim mãe. O vilarejo. Nem penso em ter meu bebê em outro lugar.

        Aliás, o Francis deve estar me esperando.
        —Entendo. Sim é verdade. – Concordava Brígida, mas no fundo
        tinha vontade de gritar - Bem, como você daqui a pouco faz três
        meses e a barriga não demora a aparecer. Então, tive uma ideia.

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