Page 48 - O vilarejo das flores
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arrumar. Brígida estava com uma máscara de gato, um chapéu
de orelhas pontudas e um vestido de cauda. Zaquiel colocou uma
fantasia que lembrava um rato. Estavam na cozinha rindo um do
outro, quando Aimeé desceu.
—Boa tarde, filha. – cumprimentou Brígida sorridente.
—Boa tarde, querida! - exclamou o pai tomando uma bebida.
—Boa tarde. - murmurou Aimeé ainda triste.
—O que houve filha? - perguntou Zaquiel- Seu estado de ânimo não
combina com sua fantasia.
Aimeé estava com um vestido preto longo, uma máscara
destacando seus olhos azuis e asas de borboleta coloridas. Usava os
cabelos soltos com duas anteninhas no alto da cabeça.
—Não sei. – Respondeu ela cabisbaixa- Acho que não dormi direito.
—Como vai dançar assim? - Perguntou Brígida tentando animá-
la- Seja o que for logo passará e tudo ficará bem. Olha o que eu fiz
para você? - disse a mãe arrastando Aimeé para a cozinha- Torta de
maçã. Tome um café reforçado que melhora logo.
—É. Acho que isso é fome. – disse Zaquiel brincalhão.
Aimeé tentando se animar seguiu o conselho dos pais. Após
o café dirigiram-se para o festival. Aimeé andava com uma expressão
de como se àquele dia fosse seu último na terra.
A festa concentrava-se na praça principal, onde um
aglomerado de pessoas fantasiadas assistia a uma peça juvenil.
Zaquiel e Brígida juntaram-se a alguns amigos e Aimeé preferiu
andar.
—Olá amiga! – disse Bibiana trajando uma fantasia de anjo. - Linda
sua fantasia!
—Oi Bibi! Agradeço. - respondeu ela desanimada.
—O que houve? Está com uma expressão tão pesada.
—Ai Bibi! – nesse momento Aimeé começou a chorar- Estou tão
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