Page 72 - Microsoft Word - FAINAS 2 - CBINC - APOSTILA

CBINC CURSO ASCENSÃO
c) Remoção ou alijamento da aeronave acidentada e Deve-se ter sempre em mente:
seus destroços - Esta fase compreende não só a remoção – O incêndio poderá ocorrer a qualquer momento;
da aeronave acidentada, mas também a execução de – É primordial o fator tempo numa faina de salvamento;
todos os reparos de emergência na plataforma de pouso,
seus acessórios e equipamentos, permitindo prosseguir – A equipe deverá ser um conjunto selecionado,
com as operações aéreas o mais rápido possível. harmonioso e altamente especializado, tendo em vista a
A remoção e/ou alijamento dos destroços ficarão a missão que lhe cabe executar;
critério do Comandante do navio, face às várias – O adestramento constante dos membros da equipe é o
situações que possam se apresentar. Em situação que fator que mais contribui para o êxito das operações;
ponha em risco a segurança do navio ou em combate, – Os navios e as aeronaves devem estar sempre
provavelmente, ele decidirá por lançar os destroços ao preparados a atender as exigências de segurança de toda
mar, uma vez que a plataforma de voo deverá ficar espécie;
desimpedida o mais cedo possível para o prosseguimento – Quando ocorrer um “crache”, deve-se considerar a
das operações. Para isso, o Oficial de “Crache” deverá possibilidade de incêndio imediatamente após o impacto,
tomar os seguintes procedimentos: inclusive durante a fase de salvamento;
– Solicitar permissão ao Comandante do navio; – Um incêndio em aeronave caracteriza-se pela
– Retirar as peias e os calços; tendência de atingir uma grande intensidade num
– Arriar totalmente as redes de proteção; e pequeno espaço de tempo, bem como acarretar um
– Avaliar se uma guinada com grande inclinação poderá grande risco às pessoas a serem salvas;
facilitar o deslizamento dos destroços. – Os locais sob a responsabilidade da equipe de crache
Em tempo de paz, o Comandante poderá decidir por devem estar sempre limpos, arrumados e conservados,
pois todo o profissional competente reconhece que a
manter os destroços a bordo, visando facilitar o trabalho limpeza e a organização influem diretamente no poder
da Comissão de Investigação de Acidentes Aeronáuticos operacional de qualquer atividade; e
(Cominativo).
– Antes da remoção dos destroços da aeronave, seus
11.3.7 - Flexibilidade dos procedimentos - Todos tanques de combustível deverão ser esvaziados, bem
devem ter em mente que não há dois craches iguais. como a área que a circunda deve ser abundantemente
Assim, os procedimentos e a sequência prevista na faina lavada e limpa de todo e qualquer líquido inflamável
são doutrinários, porém não constituem regra única, derramado. As peças de magnésio deverão ser isoladas
sendo, portanto, flexíveis. com pó seco, a fim de evitar a sua reignição. Assim,
Grande ênfase deve ser dada ao adestramento, deverá estar presente um militar portando um extintor
priorizando a perfeita compreensão, por parte de todos durante toda a faina de remoção.
os componentes, dos vários aspectos que uma situação
de emergência pode apresentar, visando uma eficiente
utilização dos recursos do navio.
11.3.8 - Liderança e ação eficiente - Há necessidade de Revisada em dezembro de 2018.
que seja desenvolvido um forte sentido de liderança pelo
Oficial de “Crache” e pelo Líder do “Crache”, sendo o
primeiro responsável pela coordenação de toda a faina e
o segundo pela condução da equipe para combater o
sinistro. A natural excitação e nervosismo por parte da
equipe quando ocorre um acidente, pode transformar o
pessoal em uma massa incontrolável e a faina numa
atividade desordenada e confusa. Por essa razão, torna-se
mais necessário um trabalho de equipe bem coordenado
onde os atributos de liderança devem ser postos em
prática.
11.3.9 - Considerações gerais - Analisando as fases de
um “crache”, verificamos que um acidente é sempre
único e singular, o que torna difícil prever as melhores
medidas a serem tomadas. Entretanto, o líder da faina
deve ter conhecimento, adestramento e bom senso para
rapidamente avaliar a situação do sinistro, pois em
muitas ocasiões pode ser viável dar combate a incêndio
simultaneamente à retirada dos tripulantes.

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