Page 109 - Fortaleza Digital
P. 109

- Já disse que não.
      Rale ficou intrigado por esse súbito ímpeto de privacidade. Decidiu brincar e deu
      um passo à frente. Greg não estava pronto para o próximo ato.
      Com absoluta calma, Susan estendeu o indicador e o colocou contra seu peito
      musculoso, bloqueando o caminho.
      Greg parou, surpreso, e recuou. Susan parecia estar levando a coisa toda muito a
      sério: ela nunca o havia tocado antes. Não era exatamente o tipo de toque que ele
      tinha em mente para um primeiro contato, mas já era um começo. Ele a olhou
      com curiosidade por alguns instantes, depois voltou para seu terminal. Sentou-se
      novamente, mas uma coisa estava bem clara em sua mente: a adorável Susan
      Fletcher estava trabalhando em algo muito importante, e não era diagnóstico
      algum.
      117
      CAPÍTULO 28
      O señor Roldán estava sentado em sua mesa, na Escortes Belén, feliz por ter se
      esquivado tão habilmente da mais recente e patética tentativa da Guardia de
      apanhá-lo em uma armadilha. Francamente, fazer com que um policial ligasse,
      fingindo ser alemão e pedindo uma acompanhante para passar a noite - aquilo só
      podia ser chamado de armadilha. O que eles iriam inventar depois dessa?
      O telefone à sua frente tocou. O señor Roldán pegou o fone com ar confiante. -
      Buenas noches, Escortes Belén.
      - Buenas noches - disse em espanhol a voz de um homem, falando muito
      rápido. Soava meio anasalado, como se estivesse um pouco resfriado. - Gostaria
      de saber se esse número é de um hotel.
      - Não, senhor. Que número o senhor discou? - O seiíor Roldán não iria cair em
      nenhum outro truque naquela noite.
      - 34-62-10 - disse a voz.
      Roldán ficou pensativo. A voz lhe soava vagamente familiar. Tentou localizar de
      onde seria o sotaque. Burgos, talvez.
      - Você discou o número certo - disse Roldán, apreensivo -, mas aqui é
   104   105   106   107   108   109   110   111   112   113   114