Page 116 - Fortaleza Digital
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Hale trivial: o código pessoal sempre aparecia como os cinco primeiros
caracteres da lista. Não deixava de ser irônico, pensou Hale, enquanto olhava
para o monitor de Susan. Ele havia roubado os códigos só por diversão, mas
agora estava feliz por ter feito isso. O programa na tela de Susan parecia
importante.
Hale olhou para ele por algum tempo. Estava escrito em LIMBO, que não era
uma de suas especialidades. Bastava olhar para o código, contudo, para saber
uma coisa: aquilo não era uma rotina de diagnóstico. Na verdade, ele entendia
apenas duas palavras, mas já
bastava.
TRACER: PROCURANDO...
- Um tracer? - disse em voz alta. - Procurando o quê? - Hale sentiu-se
desconfortável. Sentou-se e pensou um pouco sobre o que havia na tela de Susan.
Então decidiu o que fazer.
Hale entendia o suficiente sobre a linguagem de programação LIMBO
para saber que ela se baseava fortemente em duas outras linguagens, C
e Pascal. Essas duas ele conhecia bem. Após olhar mais uma vez para ter certeza
de que Strathmore e Susan continuavam conversando lá fora, decidiu improvisar.
Digitou alguns comandos modificados de Pascal e apertou ENTER. A tela de
status do programa respondeu exatamente como ele havia esperado.
TRACER: CANCELAR?
Rapidamente digitou: SIM.
VOCÊ TEM CERTEZA?
Novamente: SIM.
O computador emitiu um bipe e mostrou a mensagem:
TRACER CANCELADO
Hale sorriu. O terminal acabara de enviar uma mensagem dizendo para o tracer
de Susan que se auto destruísse naquele momento. Seja lá o que for que ela
estivesse procurando, teria que esperar. 125