Page 165 - Fortaleza Digital
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mas o mantra dos SegSis começou a ressoar em sua mente: aja primeiro,
explique depois.
No campo de alto risco da segurança de sistemas, muitas vezes poucos minutos
representavam a diferença entre salvar um sistema ou perdê-lo. Raramente
havia tempo para justificar um procedimento de defesa antes de implementá-lo.
Os SegSis eram pagos por sua experiência técnica e por seus instintos.
Aja primeiro, explique depois. Chartrukian tinha tomado uma decisão e sabia
que, quando a poeira assentasse, haveria apenas duas alternativas: ou ele seria o
herói da NSA ou teria que procurar um novo emprego. O SegSis não tinha dúvida
de que o venerável computador estava com um vírus. Só havia, então, uma
escolha sensata a fazer: desligar a máquina.
Havia apenas duas formas de desligar o TRANSLTR. Uma era a partir do
terminal pessoal do comandante, que estava trancado no escritório dele e,
portanto, fora de alcance. A outra era uma chave de desligamento manual
localizada em um dos andares no subsolo da Criptografia.
Chartrukian engoliu em seco, pois odiava o subsolo. Só tinha ido lá uma vez
durante o treinamento. Era uma espécie de cenário de ficção 184
científica, com suas longas passarelas metálicas, dutos de fréon e uma queda de
40 metros até os geradores no nível mais baixo. De todos os lugares possíveis,
aquele era o último onde desejaria estar, e Strathmore era a última das pessoas
que ele desejaria enfrentar; mas seu dever exigia ambas as coisas. Irão me
agradecer amanhã, pensou, apesar de duvida!seriamente dessa idéia.
Tomou coragem e abriu o armário dos SegSis seniores. Sobre uma prateleira
onde havia algumas placas de computador soltas, oculta atrás de um roteador de
rede e de um testador de cabos, estava uma caneca com a insígnia de Stanford.
Sem tocar a borda, colocou a mão dentro dela e pegou a chave Medeco que
estava lá dentro. É impressionante, pensou, o quanto o pessoal de Segurança de
Sistemas não entende nada a respeito de segurança.
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CAPÍTULO 47
- Um Código de um bilhão de dólares? - Midge falou, controlando-se para não rir,
enquanto acompanhava Brinkerhoff de volta ao escritório. - Preciso ver isso.
- Eu juro - respondeu ele.