Page 98 - Fortaleza Digital
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- A noite toda - respondeu Susan, friamente.
- Hmmm - murmurou ele, ainda com a boca cheia. - Nada como um final de
sábado tranqüilo na Sala de Jogos, apenas nós dois.
- Apenas nós três - corrigiu Susan. - O comandante Strathmore está lá
em cima. Talvez você queira sumir daqui antes que ele o veja. Hale sorriu.
- Ele não parece se importar muito por você estar aqui. Acho que ele real
mente gosta da sua companhia.
Susan se esforçou novamente para permanecer em silêncio. Hale riu para si
mesmo e deixou de lado o tofu. Então pegou um vidro de azeite de oliva e bebeu
alguns goles. Era um natureba radical e dizia que o azeite ajudava a limpar seu
organismo. Quando não estava tentando empurrar suco de cenoura para o
restante da equipe, fazia sermões sobre as virtudes da limpeza intestinal.
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Colocou de volta o vidro de azeite e foi para seu computador, que ficava no
extremo oposto ao de Susan. Mesmo com toda a distância que os separava, Susan
podia sentir o cheiro da água-de-colônia que ele usava. Ela torceu o nariz.
- Boa colônia, Greg. Virou a garrafa?
Hale ligou seu terminal.
- Especialmente para você, querida.
Enquanto ele se sentava e esperava que o computador começasse a funcionar,
um mau pensamento passou pela mente de Susan. E se Hale acessasse o ExeMon
do TRANSLTR? Não havia nenhum motivo razoável para que ele fizesse isso,
mas, de qualquer forma, Susan sabia que ele jamais iria engolir uma mentira
qualquer sobre um diagnóstico que estava sendo executado no TRANSLTR
durante 16 horas. Rale iria exigir que lhe dissessem a verdade, mas isso era algo
que Susan não tinha a menor intenção de fazer. Ela não confiava em Greg. Ele
não era o tipo de pessoa que deveria estar na NSA. Susan fora contra sua
contratação desde o início, mas a agência não teve escolha. Rale foi produto de
um controle de danos.
O fiasco do projeto Skipjack.