Page 93 - Fortaleza Digital
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- Não, só nós três. Estava quente.
      - E você tem certeza de que a mulher era uma prostituta?
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      - Toda certeza. Nenhuma mulher tão linda quanto aquela ficaria com um
      homem daqueles se não estivesse sendo bem paga! Mon Dieu! O
      homem era gordo, gordo, gordo! Um alemão grosseiro, flácido e irritante! -
      Cloucharde sentiu uma forte pontada quando mudou de posição, mas ignorou a
      dor e continuou tagarelando. - Aquele homem era uma besta: tinha mais de 100
      quilos. E ficava grudado na pobre moça como se ela fosse sair correndo - o que,
      no lugar dela, eu certamente faria. Sinceramente! Ficava apalpando a mulher o
      tempo todo. Era ele que deveria ter caído morto, não aquele pobre oriental.
      Cloucharde finalmente parou para respirar, e Becker aproveitou para intervir.
      - Você sabe o nome dele?
      Cloucharde pensou um pouco, depois sacudiu a cabeça.
      - Não tenho idéia. - Fez outra careta de dor e recostou-se aos poucos em seus
      travesseiros.
      Becker suspirou. O anel havia se evaporado bem na frente de seus olhos. O
      comandante Strathmore não iria gostar nem um pouco. Cloucharde tocou
      levemente o machucado em sua cabeça. Sua disposição havia se enfraquecido e
      ele estava voltando a se sentir mal. Becker tentou outra abordagem.
      - Sr. Cloucharde, eu gostaria de obter um depoimento do alemão e da
      acompanhante dele também. O senhor tem alguma idéia no hotel onde possam
      estar hospedados?
      Cloucharde fechou os olhos, perdendo as forças. Sua respiração estava se
      enfraquecendo.
      - Qualquer coisa de que o senhor se lembre? - insistiu Becker. - O nome da moça,
      talvez?
      Houve um longo silêncio. Cloucharde passou a mão no lado direito de sua testa.
      Parecia mais pálido agora.
      - Eu... eu... não. Acho que eu não... - Sua voz estava trêmula.
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