Page 89 - Fortaleza Digital
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Cloucharde continuava um pouco confuso.
      - Mas eu nem sabia que você viria.
      - Parece que você levou uma batida feia na cabeça. Está doendo? - perguntou
      Becker, mudando de assunto.
      - Não, muito pouco. Eu sofri uma queda pela manhã. É o preço que se paga por
      tentar ser um bom samaritano. O que está doendo mesmo é o pulso. Que Guardia
      mais estúpida! Veja, é um absurdo! Colocar um homem da minha idade em
      uma motocicleta. Isso não é um procedimento adequado.
      - Há algo que eu possa trazer para você?
      Cloucharde pensou um pouco, feliz pela atenção que estava recebendo.
      - Bem, na verdade... - Esticou o pescoço e virou a cabeça para um lado e para o
      outro. - Gostaria de mais um travesseiro, se não lhe der trabalho.
      - Nem um pouco. - Becker pegou um travesseiro de um leito próximo e ajudou
      Cloucharde a se posicionar de forma mais confortável. O velho soltou um suspiro
      de satisfação.
      - Ah, bem melhor, obrigado.
      Becker sorriu. Sentou-se na ponta da cama.
      - Bem, se me permite, Sr. Cloucharde, gostaria de perguntar por que um homem
      como o senhor veio parar em um lugar desses. Há hospitais bem melhores em
      Sevilha.
      Cloucharde fechou a cara.
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      - Aquele maldito policial me derrubou da motocicleta e me deixou sangrando no
      meio da rua. Tive que vir andando até aqui.
      - Ele não se ofereceu para levá-lo a um local mais adequado?
      - Naquela motocicleta? Não, obrigado!
      - O que houve esta manhã, exatamente?
      - Já contei tudo para o policial.
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