Page 87 - Fortaleza Digital
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- Perdoe-me, senhor. Não acho que o senhor tenha compreen...
      - Merde alors! Claro que entendi! - Sacudiu um dedo ossudo na direção de
      Becker, sua voz ecoando pelo ginásio. - Você não é o primeiro!
      Tentaram o mesmo no Moulin Rouge, em Brown's Palace e no Golfino in Lagos!
      Mas quer saber o que foi publicado? A verdade! O pior filé
      Wellington que já comi! A banheira mais suja que já encontrei! E a praia mais
      cheia de pedregulhos em que já andei! É isso que meus leitores esperam!
      Os pacientes em leitos próximos começaram a se virar para ver o que estava
      acontecendo. Becker olhou em volta, nervoso, para verificar se alguma
      enfermeira estava se aproximando. A última coisa de que precisava agora era
      ser colocado para fora.
      Cloucharde estava furioso.
      - Aquele imbecil que diz ser um policial trabalha para a sua cidade! Ele me fez
      subir naquela motocicleta! E olhe para mim agora! - Tentou levantar o pulso. -
      Me diga, quem vai escrever minha coluna agora?
      - Senhor, eu...
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      - Nunca estive numa situação tão desconfortável em meus 43 anos de viagens!
      Olhe este lugar! Você sabia que minha coluna é publicada em mais de...
      - Senhor! - Becker levantou as duas mãos, urgentemente pedindo uma trégua. -
      Não estou interessado em sua coluna. Eu sou do consulado canadense. Estou aqui
      para verificar se o senhor está bem!
      Subitamente um silêncio profundo tomou conta do ginásio. O velho olhou pa
      ra cima e examinou o intruso, desconfiado. Becker continuou, quase sussurrando:
      - Estou aqui para saber se há algo que eu possa fazer para ajudá-lo. –
      Como trazer um ou dois comprimidos de Valium, talvez... Após uma longa pausa,
      o canadense falou.
      - Do consulado? - Seu tom de voz estava bem mais tranqüilo. Becker assentiu.
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