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Ao  contrário,  havia  rumores  fortes  de  que  a  pessoa  morta  havia  sido
                      empregada do Clube e ligada incontestavelmente aos seus mais importantes
                      membros.


                      Formou-se um escândalo inevitável e histérico que começou a crescer como
                      fervura de enxofre e venceu as barreiras das autoridades e dos limites do Clube
                      e de seu prestígio e se derramou e se espalhou pelas ruas, pelas praças e por
                      cada  casa  e  canto  da  cidade  e  empestou as  mentes  e  agitou  as  neuroses  e
                      provocou o frenético contorcer-se de uma sociedade ferida no seu âmago que
                      explodiu buscando culpados sobre quem distribuir sua dor.

                      A nata da sociedade terraaltina se viu mergulhada num mar de denúncias e
                      suspeitas  que  tomavam  rapidamente  um  caráter  consideravelmente  mais
                      sinistro ao surgirem evidências assustadoras do envolvimento de crianças com
                      o uso de uma droga específica, encontrada no cadáver e cuja procedência tinha
                      raízes  na  antiga  suspeita  de  décadas  atrás,  sobre  a  manufatura  e
                      comercialização de drogas pela comunidade Yana. E as manchetes eram, a
                      cada dia, mais sensacionalistas e toda a mídia adotou para o caso o rótulo de
                      crime hediondo.

                      Não se falavam em prisões, mas as investigações faziam uma longa lista de
                      suspeitos  que  estavam  sendo  intimados  a  prestar  esclarecimentos,
                      depoimentos  e  sendo  impedidos  de  deixar  o  país.  A  grande  maioria  dos
                      investigados  fazia  parte  da  elite  local  e,  todos,  de  alguma  maneira,  eram
                      ligados ao Clube Internacional de Havanófilos.


                      A cidade de Terra Alta se revolvia nas ruínas de uma inegável decadência
                      moral.

                      E uma vez mais Victor Gatopardo era provocado a se pronunciar, a se interpor
                      contra a histeria, fazendo valer um resquício de bom senso.

                      E embora distante de tudo, mal compreendendo o que se passava, Cesar sentia
                      a aflição de Victor como uma espécie de eco no mais profundo de si mesmo e
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