Page 106 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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– O que você não entende? – Matt assopra as mãos enquanto seguem até o

                portão.
                  – Eu estudo sem parar. Você nem olha para os livros.
                  – E?

                  – E eu mal consigo ficar na média. Mas você nem fez muito esforço.
                  – Talvez você deva tentar estudar com a TV desligada?

                  – Não sejamos radicais.
                  Foggy põe o pé na rua, sem olhar, mas Matt agarra seu braço e o puxa

                para trás.
                  – O quê?

                  – Espere.
                  Um  segundo  depois,  um  carro  esporte  vira  a  esquina  derrapando,
                deslizando pela neve derretida. O motorista acelera e o carro se endireita,

                voando até o lugar onde Foggy estava prestes a atravessar.
                  – Ei! – ele grita. – Você é louca? Podia ter me matado!

                  Matt fareja o ar. Flor de laranjeira e jasmim.
                  – Do que você está rindo? – grita Foggy. – Sério, o que há de errado com

                você, mulher? E por que está dirigindo com a capota abaixada nesse…
                  Matt salta para dentro do carro. Direto no banco detrás, e então passa para

                o do passageiro.
                  – Matt?
                  Matt escuta a marcha sendo colocado no lugar, e o carro dispara, as rodas

                girando, lançando gelo e neve pelo ar. O carro se enfia no tráfego, os carros
                buzinando enquanto ela os fecha.

                  Matt se recosta com um sorriso, sentindo o vento em seu cabelo a 80 km
                por  hora.  Na  neve.  No  meio  do  trânsito.  Sabe  que  ela  lança  olhares  de

                esguelha para ele enquanto procura o medo em seu rosto. E todas as vezes
                que ela faz isso, ele capta mais de sua estrutura facial. Delicada, mas dura.

                Os lábios carnudos esticados para trás enquanto sorri sob o vento.
                  Noventa  e  cinco.  Ela  fecha  um  enorme  caminhão.  O  motorista  pisa  no
                freio,  os  enormes  pneus  tremem  e  derrapam  enquanto  a  parte  traseira  do

                caminhão desliza para o meio do tráfego.
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