Page 134 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Quatro anos atrás.

                  Os meses que se seguem são “um clichê de filmes românticos, vergonhoso
                pra diabo”, como Foggy Nelson diz para Matt depois de umas cervejas a

                mais.
                  Matt não se importa. No momento ele não anda se importando com muita

                coisa. Tudo no que consegue pensar é ela. Sua pele. Seu cheiro. Seu toque.
                Seu cabelo. Tudo dela.

                  Encontram-se todas as noites. Quando todo mundo já foi para a cama, ele
                e Elektra seguem para o ginásio do campus e malham juntos por horas sem

                fim.
                  Não conversam, mas seus corpos se comunicam. Ele pode sentir a alegria
                nela, o brilho selvagem de uma caçadora, a paixão primitiva de viver cada

                dia ao máximo.
                  Depois  dos  exercícios,  seus  suores  se  misturam  nos  tapetes.  Tornam-se

                um.
                  Mas ainda há alguma coisa, uma… tristeza. Uma melancolia que nunca

                desaparece realmente dela. E todas as noites, conforme se aproxima a hora
                de  irem  embora,  Matt  sente  que  o  humor  dela  muda.  Da  alegria  para  a

                tristeza,  um  peso  que  paira  sobre  todo  seu  ser.  Durante  esses  últimos
                momentos, a mulher arrogante e cheia de si por quem ele se apaixonou se
                vai, e ela se torna uma estranha.

                                                           • • • •

                  Algo  surge  na  escuridão  –  como  se  submergisse  das  profundezas  do

                oceano. Algo o está atraindo. Algo que não deveria estar.
                  Perigo.

                  Um toque. Um pedaço de madeira encostando em seu pescoço exposto.
                  – Você nunca ouviu, não é? – grunhe uma voz.
                  Matt desperta completamente, tenso. A madeira se afunda em seu pescoço

                enquanto ele continua deitado na cama.
                  – Fique longe dela.
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