Page 150 - Processos e práticas de ensino-aprendizagem
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Quando contei para o meu pai ele praticamente ignorou e disse que eu não
precisava discutir isso com ele, que isso era algo meu, eu quem tinha que decidir e
pronto, a vida era minha. Fiquei um pouco chateada com a reação dela, pois a opinião
do meu pai era importante para mim, mas hoje sei que a frase dele tinha muito peso e
me fazia enxergar que ele realmente estava certo, a decisão tinha que ser minha.
Hoje vejo muitos jovens concluindo o terceiro ano do ensino médio sem noção
alguma do que farão depois, isso porque as condições de pesquisa por meio da internet
são muito melhores do que comparado a minha na época, mas vejo-os totalmente
perdidos ou influenciados pelos pais. A minha decisão foi realmente minha! (talvez minha
por influência do meu pai, mas minha).
Assim, lá fui eu para o terceiro ano do ensino médio já decidida quanto a
faculdade. Recordo-me que o vestibular acontecia em dois momentos, no meio do ano
(vestibular de inverno) e no final do ano (vestibular de verão). Porém todos dariam a
oportunidade de ingressar no curso no ano seguinte.
Minha tia bancária, que não queria que eu seguisse a carreira de professora, me
avisou que teria concurso para o banco naquele ano. Comecei a estudar conteúdos
bancários antes mesmo do edital do concurso ser publicado, meu interesse era trabalhar,
não que eu teria desistido da licenciatura. Inclusive esqueci-me de escrever aqui, mas
eu trabalhei durante o ensino médio inteiro, estudava no período matutino e trabalhava
no comércio no período vespertino. Meu trabalho era um desejo meu, ganhava 5 reais
por dia, e todo meu dinheiro era para os meus gastos pessoais, nunca ajudei meus pais
em casa financeiramente. Meu dinheiro era gasto com lanches, chocolates, sorvetes,
roupas e acessórios. Desde muito nova tinha desejo pela independência financeira.
Sobre o concurso do banco, o edital saiu logo depois do edital do vestibular de
inverno. Eu estava estudando em casa no período noturno para o concurso, e não para
o vestibular. Porém, a data do concurso seria no mesmo dia do vestibular, então eu
precisava escolher. Mas minha escolha já estava feita, eu iria fazer o vestibular, mesmo
sabendo que depois poderia me inscrever para o vestibular de verão, no final do ano.
Assim deixei de lado os estudos para o concurso.
Lembro-me bem que minha tia bancária surtou quando soube que eu não iria
mais prestar o concurso. Meus pais nem se importavam com minhas decisões, eles
sempre me deram autonomia nessas coisas, principalmente meu pai. Acredito que foi
por isso que sempre fui muito decidida nas minhas coisas, tudo feito com muita análise.
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PROCESSOS E PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: HISTÓRIAS DE VIDA E DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES