Page 76 - Processos e práticas de ensino-aprendizagem
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     comunismo  fosse  implantado  no  país  era  alguns  dos  temas  tratados  nas  aulas  de
               matemática, de língua portuguesa, de moral e cívica...
                      Minha  única  satisfação  em  aprender  algo  escolarizado  estava  em  três  coisas
               basicamente: nas aulas de música e artes plásticas, onde tínhamos atividades incríveis
               como canto coral, aprender a fazer réplicas de desenhos em escala e uso de técnicas
               como nanquim e mosaico e nas aulas de inglês da Cultura Inglesa, onde estudei, sempre
               com excelente rendimento, dos 10 aos 18 anos, chegando ao nível avançado.
               A porta aberta
                      Passei  a  ver  alguma  utilidade  no  conhecimento  escolar  quando  entrei  para  o
               segundo grau (bons tempos) e cursei o Segundo Grau Técnico em Administração – enfim,
               eu conseguia vislumbrar para que eu estava estudando e porquê.
                      Ao terminar o segundo grau me senti perdida em relação ao rumo que minha vida
               deveria tomar. Por um lado, tinha o anseio juvenil em cursar artes cênicas, mas não
               obtive muito apoio da família. Por outro, já noiva e com um forte chamado a constituir
               minha própria família, a segunda alternativa foi a mais racional. Foi a porta aberta.
                      Em 1994, aos 17 quase 18 anos, dei início a minha jornada materna. Para apressar
               o casamento, eu e meu noivo (e esposo amado) decidimos nos casar de qualquer jeito.
                      Decidimos engravidar e ir tocando as proclamas para nos casar – se houvesse
               algum empecilho, nosso bebê seria nosso triunfo. Tudo transcorreu bem e acabamos nos
               casando em abril de 1994. Nosso presente veio em outubro, uma bela Flor que nasceu
               de um amor profundo.
               Volta às aulas
                      Até o início de 1996 eu me ocupava de cuidar de minha família e das gracinhas de
               minha  Florence,  o  que  me  dava  um  prazer  imenso.  Considero  que  comecei  a  ser
               educadora observando o crescimento de meus filhos, tal como um Piaget sem formação,
               eu  lia  o  livro  do  Dr.  Spock  com  fervor,  além  de  algumas  leituras  sobre  o  método
               Montessori e a incrível trajetória de Maria Montessori, me incentivavam a criar minha
               filha para a vida (o que eu apoio até os dias atuais, com fervor).
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                       PROCESSOS E PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: HISTÓRIAS DE VIDA E DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES





