Page 72 - Processos e práticas de ensino-aprendizagem
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de prata, Berenice detetive, Berenice contra o maníaco janeloso, O conde Futreson, O
               disco I. Todos passaram pelas minhas mãos e me acirraram ainda mais a imaginação.

                      Na sala de aula, todas as disciplinas eram importantes e bem quistas por mim,
               mas a gramática da Língua Portuguesa, a História e os Estudos Literários, esta última no

               ensino médio, eram as melhores. Inclusive, a professora de Literatura do 1º ano do ensino
               médio foi quem me apresentou a série vagalumes, emprestou-me todos os volumes da

               coleção que eu devorei em poucos dias. Aliás, eu tinha mesmo a mania de frequentar a
               casa dos professores, tantos os meus quantos aqueles de outrem, estava sempre em

               busca de jornais, revistas, livros, apostilas e qualquer coisa que pudesse ser lido. Os
               professores da escola começaram a me oferecer livros.

                      Por  volta  dos  treze  anos,  interessei-me  pela  música,  contudo,  numa  cidade
               interiorana, tais estudos são restritos às classes mais abastadas, o que não era o meu

               caso, ainda assim, tornei-me músico autodidata após alguns anos e livros.
                      Findo o Ensino Médio, imaginei que fosse a hora de prosseguir com os estudos no

               âmbito superior. Pesquisei vários cursos e faculdades, porém, tudo muito dispendioso
               no momento. Entre os cursos pesquisados, Letras, porém, o desafio era grande e não fui

               capaz de vencê-lo naquele momento.
                      Passaram-se os anos, as leituras continuaram e, por meio delas, pude apreciar

               grandes obras ao longo do tempo. Machado de Assis, Aluisio Azevedo, Joaquim Macêdo,
               Cecília  Meireles,  Bernardo  Guimarães,  José  de  Alencar.  Jorge  amado...tantas  histórias

               lidas, tantas culturas conhecidas, tantas páginas absorvidas.
                      No município onde eu nasci, a economia está centrada na cafeicultura, com isso,

               cresci  rodeado  de  pessoas  cujas  falas  sempre  acabavam  nesse  assunto,  ademais,
               sempre fui um grande defensor e apreciador das coisas do campo. Devido a isso, e após

               algumas  avaliações,  decidi  pelo  ingresso  em  um  curso  técnico  na  área  de  Ciências
               Agrárias, tornar-me-ia Técnico em Gestão do Agronegócio.

                      O estudo na área de agrárias foi fantástico. Foram dois anos de leituras, aulas,
               visitas  técnicas  para  experimentação  à  prática...  tudo  muito  satisfatório.  Como  leitor

               contumaz,  não  tive  grandes  dificuldades  na  área,  pelo  contrário,  pois  tenho  grande
               facilidade na compreensão e assimilação de conhecimentos múltiplos, modéstia à parte.

               Contudo, parafraseando Dinho Ouro Preto, nem tudo é como queremos, nem tudo pode
               ser perfeito. Algo estava faltando.  Além  de  leitor  desmedido,  sempre  tive  bastante

               apreço  pela  educação,  inclusive,  sempre  fui  um  bom  aluno,  dentro  das  minhas

                                                                                                        70
                       PROCESSOS E PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: HISTÓRIAS DE VIDA E DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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