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LOSURDO. PRESENÇA E PERMANÊNCIA


           em que defendeu o legado da Revolução de Outubro de 1917. Outros
           artigos e tomadas de posição vieram em seguida, entre eles o notável
           estudo histórico-crítico Da Revolução de Outubro à Nova ordem internacional
           (novembro de 1993) . Desde então, não somente por seus escritos, mas
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           também por sua incansável participação nas múltiplas frentes de dis-
           cussão para as quais era constantemente convidado, ele se tornou uma
           das principais referências internacionais na crítica da ideologia liberal-
           -imperialista e na análise das revoluções de nossa época.
                Amigo caloroso do Brasil e dos comunistas brasileiros, Losur-
           do nos visitou muitas vezes, a partir de meados dos anos 1990 até sua
           morte em junho de 2018. Ele aqui lançou e comentou as traduções em
           português de alguns de seus livros mais importantes. Nos muitos coló-
           quios, debates, congressos e seminários de que participou, do Norte ao
           Sul de nosso país, ele pôs em evidência com insuperável lucidez as con-
           tradições e falácias da ideologia liberal, bem como sua articulação com
           a dominação imperialista e a opressão dos povos colonizados.
                Sempre na linha de frente da luta ideológica, ele denunciou com
           rigorosa objetividade, citando muitas vezes as próprias fontes imperia-
           listas para desvelar suas falácias e hipocrisias, os crimes da máquina de
           guerra da Otan. Reconstituindo, com muitos fatos e poucos adjetivos, as
           três agressões bélicas com que o governo estadunidense e seus satélites
           comemoraram o desmonte da URSS, ele publicou, no final do século
           passado, o artigo Panamá, Iraque, Iugoslávia: os Estados Unidos e as guerras
           coloniais do século XXI (tradução brasileira em Crítica Marxista, n. 9, 1999),
           que anunciava, na segunda parte do título, o que ocorreria nos anos
           seguintes. Ante a sequência de invasões que inaugurou o novo milênio
           (Afeganistão em 2001, uma vez mais Iraque, em 2003, e Líbia em 2011)
           e a implacável desestabilização da Síria a partir de 2011, ele consagrou
           sua prodigiosa energia intelectual à denúncia dos pretextos cínicos a
           que recorria o cartel da Otan para eliminar, uns depois dos outros, os
           governos que se recusavam, na zona do Mediterrâneo e na Ásia ociden-

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           1  Publicado em versão brasileira na revista Crítica Marxista (1997-1998, nº  4, 5 e 6) e reproduzido no Vermelho em
           7 de novembro de 2015.
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