Page 14 - Manuscrito pra ebook - Solucoes ane stésicas na prática odontológica - versão final
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Essa  solução  foi  desenvolvida  por  Löfgren  e  Tegner  em  1953,  sendo

                  introduzida  no  mercado  odontológico  americano  em  1971.  Após  a  euforia
                  inicial e a disseminação em massa da articaína nos Estados Unidos, uma série

                  de relatos de casos de parestesia começaram a ser notificados(9), o que gerou

                  polêmica em torno da articaína.

                  Por possuir grande solubilidade lipídica(10), relata-se que a articaína possui

                  maior difusão nos tecidos, o que pode representar uma área maior dissipação
                  do  anestésico,  tanto  nos  tecidos  moles  tanto  no  tecido  ósseo.  Esta

                  propriedade tem levado alguns autores a sugerirem o uso em crianças, onde

                  por conta das características do osso menos denso, mesmo em mandíbula,
                  pode-se evitar a necessidade de bloqueio no nervo alveolar inferior(11).

                  Testou-se(12)  a  anestesia  local  para  exodontia  de  pré-molares  superiores

                  utilizando apenas infiltrações de articaína na vestibular em um grupo e em

                  outro grupo, infiltração vestibular + infiltração palatal de lidocaína. Percebeu-

                  se  que  em  situações  como  essa,  a  anestesia  com  articaína  pode  tornar
                  desnecessária  a  infiltração  palatal,  em  virtude  de  uma  potencial

                  disseminação anestésica infiltrada na vestibular até a região palatina. Porém,

                  ainda não se conseguiu comprovar esse real efeito in vivo.
                  Foi feita uma ressonância magnética após infiltração de articaína na região

                  vestibular maxilar e não foi possível evidenciar a solução na região palatal(13).

                  A  distribuição  e  absorção  in  vivo  da  articaína  obedeceu  o  mesmo

                  comportamento da lidocaína após o bloqueio do nervo alveolar inferior(14).
                  Comprovou-se  clinicamente  que  extrair  molares  superiores  sem  a

                  necessidade de infiltração palatina não é exclusividade da articaína, pois se

                  consegue  o  mesmo  sucesso  utilizando  a  lidocaína(15,  16),  portanto,  essas

                  suposições sobre o real potencial de difusão ser uma característica superior
                  da articaína ainda permanece controverso. É disponibilizada a concentração

                  de 4%.

                  O que temos de evidência até o momento em relação a articaína é que não

                  existe vantagem em utilizá-la para bloqueio do nervo alveolar inferior(17), e,
                  somado ao fato de haver autores alegando aumento do risco de parestesia(5,

                  9, 18-20), não existe vantagens em utilizar articaína para o BNAI. Porém, caso





                                        Soluções Anestésicas na Prática Odontológica                    14
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