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Primeiras décadas do Cinema em Portugal


               dos Condes”, ainda não tinha  aderido  ao  espectáculo cinematográfico, inaugurando  nesse ano  a primeira
               temporada cinematográfica, que nos  primeiros  meses se revelou um sucesso. Surge então José  Martins
               Castelo Lopes, que o adquire, efectua obras e transforma, em 1916 o "Teatro da Rua dos Condes" no cinema
               "Condes", rápidamente revestido de grande prestígio, passando a ser a principal e mais bem frequentada sala
               de Lisboa.

                     De 1912 a 1917, o cinema português sofre uma crise e, embora haja um grande incremento em termos
               de abertura  de salas de cinema e surjam três novas distribuidoras  -  "Empresa Internacional  de
               Cinematografia", "Castello Lopes,  Lda."  e  "Sociedade  Raul Lopes Freire"  -  e a melhor  produção  é
               caracterizada predominantemente pelo documentário.

                     Gabriel Georges Pallu (1869-1948) foi o primeiro realizador de filmes mudos em Portugal. Apaixonado
               pelo cinematógrafo como amador, começou a fazer carreira profissional em 1911, abandonando a rotina do
               seu monótono trabalho de secretariado. Integrou assim os quadros técnicos da empresa de produção e de
               fabrico de material de cinema "Pathé Frères".

                     Contratado pela produtora "Invicta Film" numa deslocação a França de responsáveis desta importante
               empresa da cidade do Porto, no momento da sua constituição, Georges Pallu trabalharia em Portugal durante
               cerca de cinco anos. Fundada em 1914, foi  pioneira na  produção  industrial de filmes no país, e manteve
               Georges Pallu como colaborador até ao encerramento das suas actividades de produção em 1924. Depois do
               seu regresso a França, Pallu realizou mais alguns filmes no seu país, até  ao final  dos anos trinta. Foi
               nomeado, em 1919, Cavaleiro da Ordem de Cristo pelo Presidente da República portuguesa António José de
               Almeida.


                     A  "Invicta Film, Lda.",  fundada  em 1914 e sediada no Porto,  e a primeira empresa que se tinha
               constituído em bases sólidas no nosso país, além de contar com o «metteur-en-scène» Geoges Pallu,
               contrataria mais dois, o italiano Rino Lupo e o actor António Pinheiro.


























                                                          Georges Pallu
                     Quando a produtora portuense "Invicta Film" dá início à sua produção contínua de filmes portugueses,
               inicia-se a cruzada contra a crescente presença e influência das produções estrangeiras. Recorre-se ao
               motivo português,  à exibição do património  e do  orgulho na  literatura nacional conjugados com elencos
               portugueses.  Lança o seu lema ao distribuir "A Rosa do Adro":  «Romance português, filme português, cenas
               portuguesas, artistas portugueses».  Acerca desta produtora e distribuidora  poderá consultar um  capítulo
               acerca da mesma mais adiante,

                      A tendência para a adaptação de obras portuguesas, desde o início da década de 20 do século XX,
               mantém-se até ao filme "Claudia", de Georges Pallu, em 1923, a primeira produção de uma estratégia agora
               virada para o estrangeiro, com vista à exportação e ao lucro da distribuição alargada. Contratam-se estrelas
               estrangeiras que não fazem brilhar nem melhorar os lucros da empresa. Durante a I Guerra Mundial (1914-

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